
O Boi-Bumbá Garantido corre risco de ir à falência. Em live de mais de duas horas na noite desta sexta-feira (29), a atual diretoria do Boi da Baixa de São José em Parintins, liderada pelo atual presidente Antônio Andrade, mostrou a situação financeira do bumbá.
A associação acumula uma dívida de R$ 60,023 milhões. Esse valor pode aumentar se for atualizado com multas, juros e correção monetária. A conta final é de aproximadamente R$ 100 milhões.
Diante do caos financeiro, o presidente do Garantido anunciou a implementação de medidas de austeridade. Uma delas é a fixação de um limite de teto de gastos em contratos de prestação de serviços e por um período menor.
É a primeira vez na história dos bumbás de Parintins que uma diretoria expõe publicamente as contas. As dívidas sequer são apresentadas nas assembleias gerais. Em muitos casos, são promessas vagas de candidatos em campanha. Após eleitos e empossados, a real situação financeira é empurrada para debaixo do tapete, para serem engordadas por novas dívidas.
O caos financeiro do Boi-Bumbá Garantido apresentado pela nova diretora financeira Ana Miranda se resumiu a um levantamento geral, sem detalhes. Não foram divulgados os nomes dos credores e quanto a agremiação deve a cada um. Também faltou expor as dívidas trabalhistas; de impostos e receitas de patrocínio.
Transparência
Antônio Andrade admitiu a dificuldade em sanear financeiramente o boi. “O boi de 2023 ele tem que ser extremamente um boi racionalizado. A gente vai apresentar uma proposta que é de enxugamento total mesmo, até para os patrocinadores, para as pessoas que apoiam o boi acreditarem que a gente quer realmente vencer a crise”, declarou.
“Pode chegar um momento que a gente não tenha onde fazer o boi, não tenha onde fazer os ensaios porque vai chegar um momento que as penhoras vão acontecer de verdade e a gente não vai ter mais esses bens de volta”, advertiu.





