
De forma surpreendente, contrariando as pesquisas que indicavam uma perda de fôlego de sua candidatura, o candidato Javier Milei saiu das eleições primárias na Argentina como grande vencedor e maior força política da Argentina.
Às 23h14, com 69% das urnas apuradas, Milei estava acima de todas as pré-candidaturas individualmente. Sua sigla, La Libertad Avanza, teve mais votos do que todas as demais coalizões.
Milei tinha 31,85%. O Juntos por el Cambio, do ex-presidente Mauricio Macri, alcançava 27,77%. Patricia Bullrich conquistou a vaga de candidata à Casa Rosada pelo grupo de centro-direito.
Ex-ministra de Segurança Pública de Macri, ela superou o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, por mais de seis pontos percentuais: 16,98% a 10,79%.
A coalizão governista Unión por la Patria conquistava 26,04% dos votos e se posicionava apenas como terceira força. O ministro da Economia, Sergio Massa, tinha folgada maioria nessa corrente: 20,88%. Juan Grabois, com uma agenda mais à esquerda, atingia 5,16%.
Embora tenha sido escolhido como pré-candidato do governo, Massa mantém distância do chamado “kirchnerismo raiz”. O nome dele só foi ungido porque, para o grupo político próximo do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner, ele seria o único minimamente competitivo nas eleições presidenciais de outubro.
O governo argentino demorou mais de quatro horas, após o fechamento das urnas, para divulgar o primeiro boletim oficial com os resultados parciais. Foi duramente criticado por diversos segmentos políticos, pela mídia local e observadores internacionais.
Milei, com quase um terço da preferência do eleitorado nacional, superou seus rivais em boa parte das províncias do país.
Cai por terra a ideia, disseminada entre muitos analistas e consultores políticos, de que era um fenômeno popular apenas em Buenos Aires e no entorno da capital.
Dizendo-se libertário e apresentando-se como antissistema, Milei defende a dolarização da economia e a extinção do Banco Central. Ele já prometeu legalizar o comércio de órgãos, quer taxar a educação e saúde públicas e ataca supostas ameaças comunistas em seus discursos.


