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DNIT encerra contrato e paralisa obras das pontes na BR-319

Empresa não cumpriu com entrega das pontes, prevista para outubro deste ano.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) encerrou o contrato de R$ 43,3 milhões com a empresa J. Nasser Engenharia para reconstrução das duas pontes que desabaram em 2022, na rodovia BR-319.

O órgão alega que a construtora não cumpriu o cronograma proposto. As obras ficarão paralisadas até que uma nova empresa assuma o serviço.

“O DNIT informa que o contrato com a empresa responsável pelas obras de reconstrução das pontes sobre os rios Curuçá e Autaz Mirim, em Careiro da Várzea, na BR-319, foi encerrado em razão do não cumprimento do cronograma proposto, que resultou no atraso dos serviços”, informou o órgão.

“A autarquia está tomando todas as medidas necessárias para apurar a responsabilidade da contratada e encaminhar os trâmites para a contratação de outra empresa que dará continuidade ao processo de finalização das obras”, completou a autarquia. 

O encerramento do contrato acontece no mês em que estava prevista a finalização da ponte sobre o rio Curuçá, a primeira a desabar e que deixou cinco mortos na tragédia.

(Foto: Junio Matos)

 O prazo havia sido anunciado pelo superintendente do DNIT, Orlando Machado, em março deste ano, durante audiência na Assembleia Legislativa.

O fim do contrato também coincide com o ‘aniversário’ de dois anos da queda da primeira ponte, completado em 28 de setembro.

Até o momento, não houve responsabilização pelo desabamento. As famílias das vítimas ainda cobram justiça enquanto o inquérito na Polícia Civil do Amazonas não tem prazo para encerrar. 

Um contrato sobre o qual o DNIT não comentou em nota enviada à reportagem é o que foi firmado com a empresa STE – Serviços  Técnicos de Engenharia, ao custo de R$ 8,1 milhões.

O trabalho previa a fiscalização e apoio nas obras de reconstrução das pontes. A CRÍTICA questionou se o contrato também foi encerrado e aguarda retorno.

As pontes localizadas no início da BR-319, na região próxima a Manaus, são consideradas essenciais para a locomoção da população e o transporte de mercadorias adquiridas na capital, com destino ao interior, ou no caminho inverso.

Atualmente a travessia de veículos é feita com balsas nos dois rios, serviço que é alvo de fortes críticas pelos usuários, em especial pelas filas e pela falta de segurança na travessia, diretamente afetada pelo movimento de cheia e vazante das águas.
Relembre

Em 28 de setembro de 2022, a estrutura da ponte sobre o rio Curuçá desabou e deixou cinco pessoas mortas, além de dez feridos. As vítimas são: Darliene Cunha, João Fernandes, Maria Viana Carneiro, Marcos Feitosa e Romulo Pereira.

Poucos dias depois, em 8 de outubro, a ponte sobre o rio Autaz Mirim, no quilômetro 12, também caiu. As obras de recuperação das duas estruturas se arrastaram sem efeito prático por mais de um ano. Em abril, o DNIT reconheceu o atraso da obra, que agora segue com a finalização indefinida.

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