Portal Você Online

Documentários amazonenses resgatam a cultura indígena e saberes ancestrais

Os documentários “Juventude indígena fortalecendo territórios” e “Ventre Afluente” são duas produções realizadas no Amazonas, por equipes predominantemente femininas.

O primeiro projeto citado se trata do terceiro episódio da série “Diz Aí – Juventudes Transformadoras”, e conta a história de Laís, uma jovem liderança do Povo Kambeba, da aldeia Tururukariuka, localizada próximo ao município de Manacapuru, que busca fortalecer a cultura do seu povo através do artesanato e outras tecnologias. 

O objetivo de Laís é fazer com que os jovens se reaproximem da cultura Kambeba, por meio de oficinas de artesanato, aulas de canto e contações de histórias. A iniciativa da jovem indígena é retratada na obra audiovisual do episódio 03, da série disponível no Globoplay e no Youtube do Canal Futura.

“O episódio faz parte de uma série de seis episódios, que retrata a juventude de seis regiões do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Bahia, Minas Gerais e Pará, trazendo a arte, ativismo e a diversidade da juventude brasileira, mostrando como a mobilização consciente é capaz de criar novas realidades de uma forma positiva, visando um futuro melhor para a sociedade como um todo”, destaca a diretora do episódio, Juliana Pesqueira.

Ventre Afluente

O mini doc “Ventre Afluente” fala sobre a parteria Sateré Mawé. A equipe audiovisual que realizou esse projeto foi até Maués para entender o que é a parteria natural: como os saberes dos Sateré Mawé fazem parte da realidade de diversas vidas que estão no mundo através dessa medicina tradicional. 

O documentário se apresenta a partir de uma perspectiva do que é uma parteira, de como ela trabalha, quais sãos os chás que elas utilizam para essa gestação, para o bem-estar da mãe e para o cuidado do parto. A direção é de Larissa Gaynett. A produção está disponível gratuitamente no Globoplay.

“O ‘Ventre Afluente’ é um filme que fala sobre o resgate dos saberes tradicionais, dos saberes ancestrais, que é o tema principal do filme, no qual as parteiras realizam esse trabalho de fazerem as crianças nascer, fazerem essa passagem do ventre da mãe para o mundo. E a proposta desse projeto de filme é de um registro histórico do nosso momento atual, de como as coisas são e estão nesse âmbito de saberes tradicionais”, destaca Gaynett.

Olhar feminino

Para a diretora de fotografia de ambos os projetos, Samara Sousa, as produções “Ventre Afluente” e “Juventude indígena fortalecendo territórios” são janelas que se abrem para uma perspectiva feminina, abordando questões que tocam nossa identidade. 

“Ao fotografar as cenas, a missão foi envolver o público nas histórias, dores e lutas dessas pessoas incríveis. E para isso acontecer, pedimos licença para entrar nos territórios, nos apresentamos enquanto equipe e, acima de tudo, no colocamos a ouvir – e ouvir com o coração. Assim fortalecemos essas histórias e a fotografia também ganha, sabendo até onde vai a minha lente e o que vai representar aquilo que está sendo dito. Ampliar a audição é abrir os olhos para o que realmente importa”, diz ela.

 Para ela, participar de duas produções com equipes predominantemente femininas foi mais do que uma experiência na direção de fotografia. “E encontrar apoio para trabalhar outros olhares é como descobrir um novo tom para a fotografia. Espero sinceramente que este movimento de produção não apenas enriqueça nossas produções audiovisuais mas também atraia mais pessoas para esse espaço”, conclui Sousa.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *