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Dólar segue em queda e começa o dia abaixo de R$4,85

Moeda americana continua pelo 6° dia seguido de desvalorização frente ao real; até agora já caiu quase 13% ante o dinheiro brasileiro em 2022

O dólar acelerou a queda nesta quarta-feira (23), chegando abaixo dos 4,85 reais nas mínimas do pregão – seu sexto seguido de desvalorização– à medida que investidores continuam a enxergar ambiente doméstico atraente para investimentos no Brasil.

Às 11h38 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,27%, a 4,8529 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda chegou a cair 1,41%, a 4,8458 reais na venda, e, caso mantivesse esse preço até o fim dos negócios, registrou o menor patamar para um encerramento desde 13 de março de 2020 (4,8128).

O recuo de hoje vem depois de, na véspera, a moeda norte-americana à vista já ter caído pelo quinto pregão seguido, marcando a maior sequência do tipo desde uma série de sete baixas finda em 22 de abril de 2021.

Na terça-feira, o dólar fechou cotado a 4,9153 reais, mínima desde 24 de junho de 2021 (4,9062).

Especialista no mercado de câmbio afirmam que começam a “enxergar os 4,50 reais por dólar como patamar justo para a taxa de câmbio”.

Com a guerra na Ucrânia prestes a completar um mês, vários investidores têm mostrado preocupação com possível interrupção da oferta de commodities, o que impulsionou o preço de produtos do milho ao petróleo desde o fim de fevereiro.

Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, parecem ter se beneficiado. Outras divisas da região, como pesos chileno, peso colombiano e sol peruano, acumulam ganhos expressivos contra o dólar em 2022.

Real forte

Especialistas explicam que juros mais altos por aqui aumentam a rentabilidade do mercado de renda fixa, tendendo a atrair mais recursos estrangeiros para o Brasil e, consequentemente, reduzir o preço do dólar.

E o real está na liderança global no que diz respeito à valorização acumulada no ano, com o patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 11,75%, servindo como impulso adicional à moeda local. Até agora em 2022, o dólar cai quase 13% ante o real.

Ainda de acordo com os especialistas, o Banco Central do Brasil se adiantou em relação a outras autoridades monetárias no início de seu ciclo de aumentos de juros, o real parece ter resistido bem até mesmo ao posicionamento mais duro do Federal Reserve no combate à inflação, que é visto como fator de impulso para o dólar.

O banco central dos Estados Unidos elevou os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, e algumas de suas autoridades têm repetido que estão dispostas a, eventualmente, aumentar a dose de ajuste para 0,5 ponto.

“Os investidores seguem atentos às possibilidades de altas de juros em um ritmo mais tempestivo” nos EUA, ressaltaram em nota especialistas do Bradesco.

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