
Dragas começaram a abrir caminho nos trechos dos rios Amazonas e Solimões para a passagem de navios com insumos para o Polo Industrial de Manaus e cidades do interior do estado. Empresas do Distrito Industrial da capital amazonenses estão dando férias coletivas antecipadas para os trabalhadores por falta de matéria-prima nas linhas de produção das fábricas.
A dragagem para abrir caminho retirando areia e pedras do leito dos rios é emergencial e começou no Rio Solimões entre Benjamin Constant e Tabatinga, municípios que estão em situação crítica devido à seca.
Benjamin Constant está a 1.119 km de Manaus e foi o primeiro município do Amazonas e decretar estado de emergência em função da estiagem.
Com a vazante histórica, o trecho do Rio Solimões que faz ligação com Tabatinga teve prioridade nos trabalhos de dragagem, pois as duas cidade enfrentam sérios riscos de desabastecimento.
O prefeito David Bemerguy, que esteve na base de serviço do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, disse que há outros pontos na região que necessitam do mesmo procedimento.
“Agora, há trechos em Amaturá que estão praticamente impedindo os barcos de seguirem até Tabatinga. Há outros cinco pontos críticos ao longo do Rio Solimões. Nós já estamos levando essas informações para os técnicos do DNIT e fazendo um apelo ao governo federal para que seja feito o serviço de dragagem também nesses trechos”, afirmou Bemerguy.
Esses municípios estão localizados na tríplice fronteira, na divisa com a Colômbia e Peru. Essa região de difícil acesso depende do transporte hidroviário para o abastecimento de produtos básicos, como alimentos, gás de cozinha e combustíveis.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou nesta terça-feira (17) que a dragagem em trecho do Rio Amazonas, próximo de Itacoatiara ( a 69 quilômetros de Manaus), começa na sexta-feira (20).
O governador Wilson Lima disse que o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que a dragagem nesses trechos é emergencial devido à dificuldade de acesso de grandes navios.
Para moradores afetados pela seca, o Governo do Amazonas distribui cestas básicas, água potável e kits de higiene. Segundo Wilson Lima, são 40 mil cestas básicas. Dessas, 6 mil foram entregues, 10 mil estão em trânsito e 24 mil estão prontas para serem levadas aos municípios.
Queimadas
O governador disse que em relação às queimadas, 81 pessoas foram presas no estado por atear fogo em área de floresta de forma ilegal.
“Nós reforçamos o efetivo principalmente no município de Autazes e ao longo da BR-319 (Manaus-Porto Velho/RO) com mais viatura”, disse.
Na última sexta-feira (13), o governo federal enviou mais 100 brigadistas para combater as queimadas no Amazonas. O Ibama também reforçou o envio de 149 brigadistas para o estado.
“Os focos de calor diminuíram significativamente. No dia 8 de outubro até o dia 10, eram de 415 diários. E do dia 11 ao dia 15, caiu para 28”, disse o governador.
Para o próximo ano, Wilson Lima disse que o governo irá formar brigadas de combate a incêndios florestais.
“Convocarei os prefeitos para virem aqui [Manaus] para nós conversarmos sobre ações já vislumbrando o ano que vem. Montaremos pequenas brigadas nos 31 municípios que representam 91% das queimadas com carro pipa, equipamentos de proteção individual e abafadores”.
Em apenas 10 dias do mês de outubro, o Amazonas registrou 2.684 focos de calor. Os dados representaram um recorde histórico de queimadas no estado para o mês de outubro. Em 2009, o recorde havia sido de 2.409 registros.