Desemprego sobe para 13,3% em junho e tem queda recorde no número de ocupados

A pandemia de Covid-19 fez com que 8,9 milhões de empregos fossem perdidos no país durante o segundo trimestre deste ano, período mais crítico da doença, na comparação com os três primeiros meses do ano. Os dados são da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.
A taxa oficial de desemprego no Brasil apresentou uma alta de 13,3% no trimestre encerrado em junho. Os dados indicam que todos os setores da economia foram impactados pela perda de emprego.
O comércio foi o mais atingido, com mais de 2,1 milhões de pessoas perdendo vagas no mercado de trabalho no segundo trimestre.
Na construção, 1,1 milhão deixaram de trabalhar em obras e reparos. Outra queda considerável foi de serviços domésticos, com 1,3 milhão de pessoas demitidas no período.
Segundo a pesquisa, os profissionais informais foram mais atingidos pela pandemia. Dos 8,9 milhões que perderam o emprego no período, 6 milhões eram de informais. Isso significa que de cada 3 trabalhadores que deixou a ocupação, 2 eram informais.
Ainda conforme o estudo, 2,9 milhões de pessoas com carteira assinada perderam o emprego. Hoje o país tem o menor contingente de pessoas com carteira desde 2012, quando começou a série da Pnad Contínua.
Economistas afirmam que a alta do desemprego deve ser uma tendência nas próximas semanas. Indicadores como a taxa de isolamento estão caindo a cada dia, enquanto dados de mobilidade urbana apresentam elevação.
À medida que o distanciamento social é flexibilizado, mais pessoas tendem a procurar emprego, mas não encontrarão pelo baixo dinamismo da economia. Com isso, o mercado de trabalho fica mais pressionado.
Outros fatores como a diminuição do medo de contágio e o fim do auxílio emergencial e do seguro-desemprego também podem acelerar a alta nos próximos meses. Com a única fonte de renda de muitas famílias ficando escassa, a tendência é que mais pessoas saiam de casa na busca por uma vaga.