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Repiquete: nível do Rio Negro desce e sobe em outubro

Depois de iniciar uma subida tímida de 68 centímetros gradativamente nos últimos 12 dias, o Rio Negro iniciou o fenômeno do “repiquete”, segundo registros do Porto de Manaus que indicam recuo de 2 centímetros no nível das ágaus, em relação à cota da última quarta-feira (8), que era de 13,22 metros acima do nível do mar.

Nesta segunda-feira (13), o rio registra 13,04 metros. O fenômeno no estado é chamado de “repiquete” e acontece quando as águas dos rios sobem devido às chuvas, principalmente no fim do período de vazante e pode ser confundido com o início do período de cheias, porém o nível volta a baixar logo em seguida.

Nos últimos dez anos, o Rio Negro registrou apenas duas ocorrências de repiquete. Uma em 2016, quando em meados de outubro, o nível subiu por alguns dias e depois voltou a descer regularmente até meados de dezembro.

Em 2020, em menor proporção, também houve repique, com o rio secando até o dia 15 de outubro, depois estabilizou e no dia 17 começou a subir.

Sete dias depois, em 24 de outubro, veio o repique que registrou 11 dias de descidas constantes e, naquele ano, a cheia começou em 7 de novembro. As previsões para este ano são de que a cheia comece a partir de dezembro.

Seca histórica

O Rio Negro atingiu o mais baixo nível registrado em Manaus na segunda quinzena de outubro chegando a históricos de 13,59 metros de profundidade, superando em quatro centímetros a maior seca em 121 anos, marca anterior de 2010, que era de 13,63 metros.

Em apenas um dia, o nível do Rio Negro diminuiu mais de 10 centímetros, reduzindo a vazão de forma inédita.

Esses números indicam que a queda do nível, além de ser maior, está ocorrendo de maneira mais rápida.

Em mais de um século, desde que começaram as medições e monitoramento pelo Porto de Manaus, o nível do Rio Negro atingiu a menor cota.

Até hoje, as secas mais severas ocorreram em 2010 (13,63m), 1963 (13,64m) e 1906 (14,20m).

A seca histórica em Manaus acontece apenas dois anos após o Rio Negro ter registrado sua maior cheia em 2021, atingindo 30,02 metros.

Os maiores problemas incluem o esvaziamento de rios e afluentes, deixando comunidades isoladas, sem acesso à água potável e deixando os igarapés de Manaus cheios de lixo e peixes mortos.

Um dos maiores afluentes, o Rio Tarumã-Açu que entra pela zonas Oeste e Norte da cidade, deixou uma das atividades de lazer e negócios prejudicada. Na região estão localizados, flutuantes, marinas e um dos lugares mais movimentados da cidade no fim de semana e principal via de ligação com comunidades da zona Rural por barcos saindo da Marina do David, na Ponta Negra.

No final de setembro deste ano, o Serviço Geológico do Brasil (CRPM) emitiu um relatório em que apontou que o ápice da estiagem só deveria ocorrer nesta segunda quinzena de outubro, o que vai refletir ainda mais no cenário de calamidade da cidade.

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