O ministro se incomodou ao ser questionado sobre a divulgação, pelo site “Intercept”, de trechos de mensagens atribuídas a ele à força-tarefa da Lava Jato e pediu para que a pauta retornasse para o Amazonas.
O Ministro Sergio Moro, está em Manaus pela primeira vez. Moro participa neste momento de uma reunião com o Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça e Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária do Brasil (Consej), que também ocorre pela primeira vez na capital amazonense.
A tarde o Ministro da Justiça, irá visitar o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), demais presídios em Manaus – que nos últimos dias ganharam notoriedade após os assassinatos de 55 presos em quatro unidades prisionais da capital. É o segundo massacre em menos de 3 anos no estado. (Abaixo).
Em coletiva a imprensa, após o evento, realizado em um hotel, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus, Mouro se incomodou com as perguntas sobre o teor das mensagens trocadas com o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol com objetivo de “influenciar nas investigações da Operação Lava Jato”, e afirmou que: “Há muito mais sensacionalismo em cima dessas supostas mensagens, do que de fato aconteceu”, acrescentando que; “ Não vi nada de mais, houve uma invasão criminosa de celulares de procuradores. É um fato bastante grave ter havido a invasão e divulgação. Quanto ao conteúdo não vi nada demais. Não tem nenhuma orientação naquelas mensagens. Eu nem posso dizer que são autenticas. São coisas que aconteceram há anos atrás e eu nem tenho mais registros disso”, afirmou.
Na sequência ele alertou aos jornalistas que só responderia a assuntos relacionados ao Amazonas – do contrário encerraria a coletiva. “Eu vim aqui para falar sobre a questão do Amazonas, não sei se os senhores tem pergunta a respeito, senão eu encerro aqui. Só vou responder questões sobre Manaus e o Amazonas”, disse o ministro.
Com a pauta retornando para o Estado – O ministro disse que o sistema prisional do Amazonas precisa de controle, ressaltando que não está criticando a atuação do governo. Ele também defendeu a contratação de mais funcionários, alegando que o quantitativo hoje é pequeno.
“Me parece imprescindível a contratação de mais agentes penitenciários. Existe a terceirização dentro dos presídios. O estado tem a opção desta escolha, mas tem que haver agentes para este tipo de situação”, afirmou. “Quero dizer ao governador e o povo do amazonas que o Governo Federal é parceiro. O que pudermos ajudar, tomaremos as medidas para isso, afirmou Moro”, afirmou.
Em seu discurso, o governador Wilson Lima destacou as peculiaridades do Estado do Amazonas e solicitou a cooperação do Governo Federal na busca por soluções em questões mais urgentes nessa área, que abrange o combate ao narcotráfico.
“Nós temos gente qualificada para fazer o que tem que ser feito. Aqui a gente quer o compromisso do Governo Federal, que olhe de maneira diferenciada o Estado do Amazonas. É preciso que entendam a nossa singularidade”, destacou o governador.
Após a abertura do Consej, o governador Wilson Lima e o ministro conversaram reservadamente para alinhar cooperações futuras.