
Jorge Maldonado, que administrava a cidade de Portovelo, foi morto a tiros às vésperas de referendo sobre ação contra o crime organizado. País latino vive onda de violência. Dois políticos equatorianos foram assassinados em menos de 48 horas nesta semana.
O caso mais recente é o de Jorge Maldonado, prefeito de Portovelo, cidade no sul do Equador, morto a tiros na manhã desta sexta-feira (19), conforme informado pela polícia. Na quarta-feira, José Sánchez, prefeito da cidade andina Camilo Ponce Enríquez, teve o mesmo destino.
A polícia suspeita que os autores das execuções sejam assassinos de aluguel. As duas cidades – Portovelo e Camilo Ponce – têm em comum a presença da mineração ilegal em seus territórios. Também estão na rota do tráfico, que passa por ali rumo à costa do Equador, de cujos portos despacham a cocaína.
Crimes políticos
No final de março, outra prefeita, Brigitte García, de 27 anos, da cidade litorânea de San Vicente, também foi executada a tiros. Ela era considerada a prefeita mais jovem do país e militava no movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente esquerdista Rafael Correa (2007-2017).
No início de fevereiro, outra política, a vereadora Diana Carnero, de 29 anos, também apoiadora de Correa, morreu da mesma maneira.
Só neste ano, cinco prefeitos já foram assassinados no país. Promotores, jornalistas e policiais também estão entre as vítimas de criminosos ligados a carteis na Colômbia e no México.
Às vésperas de referendo
No domingo, a população do Equador deve votar em um referendo para decidir sobre mudanças na Constituição para o enfrentamento do crime organizado. O país enfrenta umaonda de violência, que se intensificou após o presidente Daniel Noboa anunciar um plano no início deste ano para tentar retomar o controle das prisões – muitas delas dominadas por grupos criminosos rivais.
As mudanças pretendidas pelo governo Noboa abrangem, além da área de segurança e justiça, também questões trabalhistas. Entre os pontos previstos estão o emprego permanente das Forças Armadas em operações de combate ao crime organizado e penas mais duras para esse tipo de criminalidade.


