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“Emily em Paris”: quarta temporada recebe críticas

A quarta temporada de “Emily em Paris”, lançada pela Netflix, marca uma mudança significativa na série. Até então, a fórmula de episódios lançados de uma só vez em dezembro se encaixava perfeitamente no espírito leve e despreocupado da produção.

No entanto, a nova temporada trouxe algumas surpresas, como a divisão em duas partes e uma estreia fora do padrão habitual. Mas será que essas mudanças foram para melhor?

A Rotina Quebrada e a Nova Estrutura de Lançamento

Anteriormente, “Emily em Paris” fazia parte da rotina natalina de muitos espectadores. As três primeiras temporadas se consolidaram como uma maratona agradável, perfeita para o recesso de fim de ano. Contudo, a quarta temporada quebrou essa tradição.

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Além da espera de quase dois anos, o lançamento em agosto, dividido em Parte 1 e Parte 2, trouxe uma nova dinâmica. A estratégia, comum em outras produções da Netflix, parece não ter surtido o efeito desejado. Ao invés de manter a empolgação, a série começa a demonstrar sinais de desgaste.

Repetição e Falta de Encanto

A narrativa da quarta temporada não traz grandes inovações. Mais uma vez, Emily (Lily Collins) está envolvida em um emaranhado de confusões amorosas. Após o fim da terceira temporada, onde Alfie (Lucien Laviscount) termina com Emily devido à revelação de que ela e Gabriel (Lucas Bravo) ainda se amam, o caminho parece estar livre para o casal.

No entanto, os primeiros cinco episódios da Parte 1 não conseguem recapturar o encanto que a série possuía em seus primeiros momentos.

O desgaste da fórmula é evidente, com personagens e tramas que perdem relevância conforme o roteiro se concentra, mais uma vez, em girar em torno de Emily e Gabriel. A clássica leveza da série, que antes era um dos pontos fortes, agora parece rasa e repetitiva.

Personagens Abandonados e Tramas Inacabadas

Um dos pontos mais frustrantes desta temporada é a maneira como alguns personagens e suas histórias são simplesmente abandonados ou desenvolvidos de maneira inconsistente. Mindy (Ashley Park), por exemplo, inicia a temporada em busca de dinheiro para que sua banda participe do Eurovision.

Contudo, após o primeiro episódio, essa trama é esquecida. Julien (Samuel Arnold) também passa por uma situação similar, onde sua busca por independência é interrompida abruptamente sem maiores explicações.

O tratamento dado à personagem Camille (Camille Razat) é talvez o mais decepcionante. Ao longo das temporadas anteriores, ela se destacou por sua força, mas nesta temporada parece ser utilizada apenas como uma peça conveniente para dar continuidade ao drama entre Emily e Gabriel.

Sylvie: O Respiro Necessário

Embora muitos personagens tenham sido negligenciados nesta temporada, Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu) recebe um desenvolvimento mais interessante. Sua trama, que envolve não apenas a tentativa de reconciliação com seu marido, mas também uma relação complexa com sua mãe e um relato de abuso na JVMA, traz uma profundidade rara à série. Sylvie se destaca como uma personagem cuja integridade e complexidade oferecem um respiro em meio aos dramas superficiais de Emily.

Divisão em Duas Partes: Uma Decisão Duvidosa

A decisão de dividir a quarta temporada de “Emily em Paris” em duas partes levanta questionamentos sobre a necessidade dessa escolha. A série, que sempre foi leve e descomplicada, parece ter perdido ainda mais sua profundidade com a divisão. Com apenas cinco episódios de menos de 30 minutos na Parte 1, a falta de conteúdo sólido se torna evidente. O que já era superficial, agora parece ainda mais vazio.

A segunda parte da temporada promete introduzir um novo interesse amoroso para Emily, mas com apenas três episódios restantes, é difícil imaginar como a série conseguirá construir algo substancial ou realmente surpreendente.

Apesar de ainda entregar momentos de leveza, estilo e visuais encantadores da França, “Emily em Paris” parece estar se aproximando de um esgotamento criativo. A quarta temporada não conseguiu capturar o mesmo encanto das anteriores, e a decisão de dividir a narrativa em duas partes só acentuou as falhas da série. Resta esperar se a Parte 2 conseguirá trazer algo novo ou se a série continuará a depender de uma fórmula que já está desgastada.

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