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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Ari Moutinho Junior solicitou licença de 15 dias para tratamento de saúde. Ele está com o pé direito imobilizado depois de uma queda e o quadro de saúde se agravou, segundo ele.
No dia da sessão em que foi eleita a nova Mesa Diretoria do órgão, Moutinho teria ofendido a conselheira Yara Lins com palavras de baixo calão.
A licença foi confirmada na sessão da última terça-feira (13) pelo presidente Érico Desterro. Um auditor será convocado para substituir o conselheiro no período.
No dia da sessão de eleição, Moutinho estava com a perna imobilizada e se movimentava com a ajuda de uma muleta. Ele disse que Yara Lins criou a versão depois que decidiu anular seu voto para a presidência, vencida por ela.
Violência de gênero
Uma manifestação contra a violência de gênero no TCE-AM em apoio à presidenta eleita do TCE-AM, conselheira Yara Lins, é realizada em frente ao órgão. Em coro, um grupo de mulheres pede o afastamento de Ari Moutinho Júnior por proferir xingamentos e palavras de baixo calão contra Lins.
Em um vídeo disseminado nas redes sociais, é possível ver as manifestantes vestidas com camisas estampadas com a frase: “Mexeu com uma, mexeu com todas”, além de faixas com os dizeres. A hashtag #ForaAri também deu tom ao manifesto.
Relembre o caso
A presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), conselheira Yara Lins, registrou Boletim de Ocorrência (BO) na última sexta-feira, 6, contra o conselheiro da Corte de Contas Ari Moutinho por ameaça e injúria. Yara afirma que foi xingada pelo conselheiro minutos antes da eleição que escolheu a nova mesa diretora do Tribunal para o biênio 2024-2025.
“Nesse momento, não está aqui a conselheira, está aqui uma mulher que foi covardemente agredida no Tribunal de Contas, dentro do plenário, antes da eleição, para me desestabilizar. Eu, quando estava no plenário, fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘Bom dia’. Ele disse: ‘Bom dia, nada. Safada, puta, vadia. Eu vou te foder“, relatou a presidente eleita em coletiva de imprensa.
A denúncia foi formalizada na Delegacia Geral do Amazonas, localizada na sede da Polícia Civil do Amazonas, Zona Centro-Sul de Manaus. Segundo Lins, a ofensa ocorreu momentos antes da eleição do TCE-AM, na terça-feira, 3. Na ocasião, ela foi eleita presidenta do Tribunal por cinco votos. Os outros dois foram em branco.
“Eu acredito na Justiça de Deus e acredito nas autoridades do meu Estado e do Brasil. Eu peço justiça porque eu sou a única mulher conselheira do Tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denúncia, mas eu não poderia me acovardar, como muitas, por ameaça, e eu não aceito ameaça“, completou a conselheira.
Yara Lins foi a primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), ainda em 2017.
