A estiagem no Amazonas deve durar até meados do mês de outubro, quando as chuvas devem aparecer no Estado.

A estiagem severa tem diminuído o volume de água de rios e lagos, no interior do Amazonas. O sol forte aquece esses córregos e a baixa oxigenação da água compromete a sobrevivência dos peixes, que estão morrendo. Na comunidade de São João, no município de Autazes, moradores enfrentam diversos problemas por causados pela estiagem.
A única fonte de água potável é o Lago do Sampaio, que está com volume baixo. A vazante tem provocado um fenômeno inesperado. Há uma semana, o lago foi encoberto por algas verdes. Situação nunca vivenciada pelos moradores.
A explicação para a mortalidade dos peixes está nas altas tempestuaras da água com a descida da água. Segundo o especialista em Pesca, Gabriel Junior, a falta de oxigênio é uma das primeiras coisas a ser afetada pela estiagem, já que além da baixa oxigenação, a estiagem retém restos de materiais como folhas e as próprias fezes do peixe que podem intoxicá-lo.
“Com a água baixa, todo esse material vai se decompor ali na água. Isso faz liberar muitos gases na água e pode intoxicar o peixe. Os liberados podem ser o nitrito, o nitrato, amônia, que são as formas do nitrogênio na água. Em um lago com baixo volume de água, isso pode ser fatal para os animais. Por isso, é preciso a renovação da água. Mas na estiagem a renovação de água fica quase impossível”, afirma o especialista.
O problema é que a Vazante dos Rios no Amazonas deve durar até meados do mês de outubro e a renovação da água dos lagos só deve acontecer nesse período. Até lá, os peixes vão disputar espaço entre si e, com as algas, para tentar sobreviver nos lagos e rios completamente seco.
Navegação comprometida

Além disso, estiagem tem causado transtornos à navegação no Amazonas. Uma embarcação tipo balsa tombou ao se chocar contra um pedral no leito do Rio Juruá nesta (quinta-feira).
No acidente, ninguém ficou ferido. No entanto, materiais de primeira necessidade que seriam levados para cidade de Carauari foram todos perdidos.
A embarcação tipo balsa transportava alimentos e combustível para a cidade de Carauari, que fica no sudoeste do Amazonas.

Para evitar que a balsa afundasse completamente, os tripulantes tiveram que jogar parte da carga na água.
Materiais de construção alimentos e outros produtos de primeira necessidade que iriam abastecer a cidade de Carauari foram perdidos.
Por meio das redes sociais, o prefeito de Juruá, Dr. Júnior (MDB), publicou fotos informando que tomou conhecimento sobre o ocorrido e que equipes estão direcionadas para o local do acidente para prestar o apoio necessário aos trabalhadores da balsa.
A balsa levava carros e motos para o município. Um caminhão tanque com combustível estava na embarcação, mas por sorte, não caiu na água. Um dos responsáveis pela embarcação, João Camelo, diz que por causa da estiagem, a navegação no Rio Juruá está prejudicada.
“Não tem como navegar desse jeito. O leito do rio estar baixo e as pedras estão amostras. Todo cuidado é pouco, porque há risco de prejuízo”, afirma o comandante.
A balsa que tombou no Rio Juruá levava também a estrutura metálica que seria montada na festa de aniversário da cidade de Caraucari. Por causa disso, o evento vai ser adiado.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas enviou uma equipe até o local do naufrágio para apurar possíveis impactos ambientais causados pelos produtos jogados no leito do Rio. .


