Portal Você Online

BR-319: rede de estradas vicinais já são mais extensas que a rodovia e avançam

A extensão dos ramais na região no entorno da rodovia BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) já é 5,8 vezes maior em extensão de que a própria rodovia, aponta estudo do Observatório BR-319. Segundo o levantamento, a rede de ramais cresceu de 4.752 quilômetros em 2021 para 5.092 quilômetros em 2022. O mapeamento utilizou imagens de satélites e banco de dados públicos.

As estradas não oficiais foram abertas cruzando a rodovia nos municípios de Canutama (a 614 km de Manaus), Humaitá (696 km da capital amazonense), Manicoré (331 km) e Tapauá (448 km).

Canutama é o município com a maior rede de ramais, com 1.1755,7 quilômetros, seguido por seguido por Manicoré, com 1.704,1 km; Humaitá, com 1455,6 quilômetros; e Tapauá, com 176,8 km.

“É notável que o processo de abertura e expansão dos ramais continua em andamento e, dada sua associação com a grilagem de terras, degradação florestal e desmatamento, é fundamental que ações efetivas de comando e controle sejam implementadas por parte dos órgãos responsáveis”, disse Tatyana Carvalho, consultora de Iniciativa de Governança Territorial do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).

O município de Manicoré é o segundo com mais ramais abertos entre 2016 e 2022. Nesse período a rede de ramais totalizou 696,6 quilômetros na região.

O município de Humaitá segue em ritmo de expansão na rede de ramais. De 2016 a 2022, a rede totalizou 724,7 quilômetros. O distrito de Realidade, localizado no município, concentra 38% das estradas não oficiais.

O município de Tapauá apresentou crescimento de 492% na rede de ramais.  

“Esta nova nota técnica traz informações ainda mais preocupantes a respeito de áreas que ainda não tínhamos focado, como as FPND (Florestas Públicas Não Destinadas), e que merecem muita atenção, pois, hoje, são um pólo de atração para ilegalidade na região da BR-319”, explica Fernanda Meirelles, secretária executiva do OBR-319.

A nota técnica do Observatório BR-319 recomenda às instituições governamentais que desenvolvam ações efetivas de fiscalização, comando e controle para o combate à exploração de madeira, monitoramento e controle de territórios indígenas, combate à ilegalidade nas Floresta Públicas Não Destinadas e eficácia na penalização de infratores que cometerem ilícitos ambientais.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *