Portal Você Online

EUA sancionam presidente da Colômbia Gustavo Petro por tráfico

Os Estados Unidos anunciou novas sanções às lideranças sul-americanas, nesta sexta-feira (24). Desta vez, o presidente Gustavo Petro, da Colômbia, foi alvo do Departamento do Tesouro dos EUA. Além dele, aliados e familiares também foram sancionados pelo governo de Donald Trump.

A mulher, Verónica Alcocer, e filho do presidente colombiano, Nicolás Petro, também foram sancionados pelos EUA. Além deles, o ministro do Interior, Armando Benedetti, também teve seu nome incluído na Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) — agência do Departamento do Tesouro.

“O Tesouro está sancionando o presidente colombiano, Gustavo Petro, por seu papel no tráfico global de drogas ilícitas. Sob o governo do presidente Petro, a produção de cocaína na Colômbia atingiu níveis recordes. Petro tem proporcionado benefícios a organizações narcoterroristas”, acusou o Departamento do Tesouro dos EUA, no X.

Gustavo Petro é presidente da Colômbia desde agosto de 2022. Foi senador da República pelo período 2018-2022, fundador do movimento político Colômbia Humana. Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Petro fez duro discurso contra os EUA.

Antes das sanções, o presidente colombiano já havia perdido o visto, após decisão do Departamento de Estado dos EUA, em setembro deste ano. Como justificativa, o órgão do governo americano afirmou que a medida se dá devido às “ações imprudentes e incendiárias” de Petro.

Defesa

Em publicação nas redes sociais, Petro classificou a decisão como um “grande paradoxo” e afirmou que não irá se intimidar.

“A ameaça de Bernie Moreno foi de fato cumprida; minha esposa, meus filhos e eu fomos incluídos na lista do Ofac. Meu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos Estados Unidos. Combater o tráfico de drogas com eficácia por décadas me traz esta medida do governo da sociedade que tanto ajudamos a acabar com o uso de cocaína. Um grande paradoxo, mas nem um passo para trás e nunca de joelhos”, escreveu.

Em Manaus

Petro causou polêmica na sua última visita ao Brasil quando esteve com o presidente Lula, em Manaus, em semtembro, onde participou a inauguração de um Centro Integrado Internacional de Combate ao Tráfico de Drogas.

Na ocasião, ele defendeu a legalização da cocaína como forma de proteger a região Amazônica. Segundo o colombiano, “se a cocaína fosse legalizada no mundo, não haveria a destruição da selva amazônica”.

Houve reação de deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O deputado Comandante Dan (Podemos), ex-comandante da PM do estado, anunciou que solicitará formalmente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que reconsidere a participação da Colômbia no Centro de Cooperação Policial Internacional.

“O Centro de Cooperação Policial Internacional é um aparelho da Polícia Federal que busca combater o avanço das facções criminosas transnacionais sobre o Amazonas e o Brasil. Como é que vamos dar um assento, com poder de intervenção e interação, ao representante de um país que o presidente defende a legalização da cocaína? Questionou o parlamentar amazonense.

O deputado Rozenha afirmou que a declaração do presidente da Colômbia, configura “no mínimo um incidente diplomático”.

“Não dá pra aceitar uma fala tão equivocada num estado que luta bravamente para combater o narcotráfico e que tem nos seus rios uma estrada aberta para o transporte internacional de entorpecentes”, afirmou.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *