Pimentel teria cometido crimes entre 2011 e 2014, quando era ministro do Desenvolvimento do governo Dilma Rousseff
O ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) foi condeando a 10 anos e 6 meses de prisão pela Justiça Eleitoral pelos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, segundo as informações da Veja.
Pimentel teria cometido os crimes entre 2011 e 2014, quando foi ministro do Desenvolvimento durante o governo de Dilma Rousseff. Pimentel poderá recorrer em liberdade.
O Ministério Público (MP) acusou Pimentel de não declarar recursos utilizados na campanha de 2014. O processo contra o ex-governador tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas foi remetido à Justiça Eleitoral de Minas após ele encerrar o mandato, em 2018.
De acordo com a decisão da juíza Divina de Paula Peixôto, Pimentel poderá recorrer em liberdade. O processo se refere à Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que apurou um suposto esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais. Além de Pimentel, também foram condenados os empresários Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené (que fechou acordo de delação premiada), Marcos Coimbra e Márcio Hiram Novaes.
Segundo o processo, Bené relatou em seu acordo de delação que Pimentel atuou pela aprovação da obra de um aeroporto particular em São Caetano em troca de doações da empresa JHSF, que atua no ramo de incorporação imobiliária, de 4,2 milhões de reais para o PT e para a campanha à reeleição do ex-governador em 2014.
“É seguro concluir que se por um lado não há prova de que Fernando Pimentel tenha efetivamente influenciado na aprovação do aeroporto, do outro lado, nenhuma dúvida há de que ele convenceu José Auriemo Neto (dono da JHSF) de que em razão do prestígio que detinha pelo cargo que ocupava no governo influenciaria na aprovação do aeroporto”, escreveu a juíza.
Pimentel foi acusado pelo Ministério Público de não declarar recursos utilizados na campanha de 2014, o que caracterizaria o chamado “caixa 2”. O processo contra o ex-governador tramitava no Superior Tribunal de Justiça, mas foi remetido à Justiça Eleitoral de Minas após ele encerrar o mandato, em 2018.
Na primeira fase da Operação Acrônimo, deflagrada em maio de 2015, a Polícia Federal (PF) encontrou cinco notas fiscais referentes à confecção de 34 milhões de santinhos da campanha de Pimentel ao governo do estado no ano anterior, no valor de 362 mil de reais.
Segundo a investigação na época, um cruzamento de dados revelou que os documentos “não estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja na prestação de contas do candidato, da direção partidária ou do comitê financeiro único”. A defesa do ex-ministro sempre negou qualquer irregularidade.