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Ex-motorista de Frota diz que foi usado como laranja

O  ex-motorista do deputado Alexandre Frota, do PSL de São Paulo, Marcelo Ricardo Silva, disse ao Ministério Público que foi usado como laranja pelo parlamentar. A partir do relato, a promotoria abriu um processo de investigação que está em fase inicial.

Silva afirma que, a pedido do ex-patrão, registrou em seu nome duas empresas que na verdade pertenciam a Frota. O deputado divulgou nota em que afirma que Silva foi demitido por comportamento inadequado e depois disso passou a fazer ameaças e tentativa de extorsão.

Marcelo era motorista particular e servia também à família e ao filho do deputado. A nota diz ainda que Frota registrou um boletim de ocorrência e uma representação na polícia da Câmara dos Deputados para proibir o ex-motorista de entrar no Congresso. Frota afirma ainda que o ex-funcionário nunca trabalhou na campanha eleitoral, que ele foi contratado e registrado como motorista particular e que nunca teve nenhuma relação ilegal com o ex-funcionário.

Reportagem da “Folha de S.Paulo” publicada no sábado (8) o ex-motorista diz que foi usado como laranja. A noite no Jornal Nacional ele repetiu a acusação que foi registrada no Ministério Público de São Paulo no dia 28 de maio último.

Marcelo diz que, a pedido do ex-patrão, registrou em seu nome duas empresas que na verdade pertenciam a Frota: a FR Publicidade e Atividade Artística e a DP Publicidade Propaganda e Eventos. Segundo ele, o favor seria só por três meses, mas durou anos.

“Além de eu ter feito esse erro de colocar uma empresa do Frota no meu nome, deixar ele fazer por três meses e acabou ficando anos”, afirma.

Perguntado se estava ciente de que poderia ter problemas, Marcelo responde: “Do transtorno, não. Infelizmente, como sou leigo nesse assunto, passou batido”.

Marcelo diz que, também a pedido de Frota, recebia em suas próprias contas bancárias valores que depois eram repassados à mulher do deputado. No total, ele diz ter recebido e repassado mais de R$ 70 mil. Afirma também que seu salário muitas vezes teria sido pago por empresários como forma disfarçada de doação de campanha.

Questionado se foi declarada na campanha essa ajuda, afirma: “Não, porque o TRE nem tem essa informação de que que eu recebia meus pagamentos através de dois empresários que o Alexandre Frota arrumou”.

Silva diz que decidiu denunciar o deputado porque teve problemas como não receber seguro-desemprego por ter se tornado sócio do ex-patrão. Além disso, afirma que foi contratado para o gabinete do deputado, mas acabou ganhando menos do que o prometido, além de ser demitido sem explicação em pouco tempo. A contratação de Marcelo e a exoneração, ocorrida 25 dias depois, constam no Diário Oficial.

O maior medo de Marcelo agora são as dívidas das empresas. “Quero que a Justiça cobre dele. Verifique as duas empresas dele, que ele colocou no meu nome, quanto deve para a Justiça. Porque isso é imposto, ele tem a obrigação de pagar.”

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