Eleito após queda do ditador Hosni Mubarak em 2011, dirigente da Irmandade Muçulmana foi derrubado pelos militares em 2013

Mursi foi condenado a 50 anos de prisão e morreu nesta manhã durante audiência
Foto: KHALED DESOUKI / AFP
O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi morreu nesta segunda-feira pouco depois de uma audiência em um tribunal no Cairo . Segundo a TV estatal, Mursi passou mal e desmaiou durante seu julgamento. O ex-presidente cumpria uma sentença de 20 anos de prisão, sob a acusação de incitar assassinatos de manifestantes em 2012, e outra de 25 anos por espionar o Qatar.
Mursi, uma das principais figuras da Irmandade Muçulmana , foi destituído pelas forças armadas em 2013, então comandadas pelo general e atual presidente Abdel Fattah al-Sisi. Ele havia sido eleito democraticamente após protestos em massa de 2011, que derrubaram o ditador Hosni Mubarak.
Por ironia, o próprio Mursi nomeou Sisi como ministro da Defesa e comandante-em-chefe do Exército em agosto de 2012.
Após ser destituído, Mursi foi condenado a um total de 45 anos de prisão por dois casos: incitação à violência contra os manifestantes no final de 2012 e espionagem a favor do Qatar. Além disso, o ex-presidente era julgado em outros dois processos após a anulação de dois veredictos contra ele: uma sentença de morte e uma à prisão perpétua.
Centenas de islamistas foram condenados à morte nos últimos anos, em julgamentos em massa denunciados pela ONU e organizações internacionais de direitos humanos que acusam o regime de Sisi de ser ultrarepressivo e de explorar a Justiça para reprimir a oposição.