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Ex-superintendente do Ibama no AM é denunciado por crimes ambientais

MPF-AM denunciou outras 22 pessoas envolvidas em esquema de corrupção, fraudes e irregularidades ambientais na Amazônia


José Leland Juvêncio Barroso
Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas denunciou 22 pessoas, entre elas o ex-superintendente do Ibama no Estado José Leland Juvêncio Barroso por envolvimento em um esquema criminoso que possibilitou a prática de diversos atos de corrupção, fraudes e irregularidades ambientais na Amazônia, descobertos a partir da Operação Arquimedes.

As investigações realizadas indicaram a existência de negócios criminosos em torno da concessão e fiscalização de planos de manejo florestal no Estado.

Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, (25), o MPF falou sobre a denúncia que conta com a participação de servidores públicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), madeireiros, empresários e engenheiros florestais, entre outros.

José Leland Juvêncio é acusado não só por ignorar o alerta de possível irregularidade em enorme carga de madeira abrigada em dois portos de Manaus como também por tentar interferir ilegalmente em favor da liberação dessas cargas irregulares, apreendidas durante a primeira fase da Operação Arquimedes, em dezembro de 2017. Durante a segunda fase da operação, em abril deste ano, Leland Barroso foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.


MPF apresentou denúncia em coletiva de imprensa em Manaus
Foto: Divulgação


Na denúncia, o MPF sustenta que o ex-superintendente do Ibama mantinha verdadeira “parceria criminosa” com o ex-superintendente do Ibama no Acre, Carlos Gadelha, preso na Operação Ojuara e processado por diversos crimes também ligados a fraudes em documentos de fiscalizações ambientais no Amazonas e atos de corrupção.

A partir de diálogos identificados por meio de interceptações telefônicas e telemáticas, o órgão afirma ter constatado forte ligação de Leland Barroso com membro da classe política do Amazonas, com o qual tratava sobre a liberação de madeireiras irregulares no interior do Estado e chegou a pedir apoio político para continuar no cargo após sua exoneração, no início deste ano.

As denúncias – ao todo são dez – acusam os réus, conforme suas participações individuais no esquema, pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e falsificação de laudo ambiental em processo de licenciamento. As penas para os crimes de corrupção variam de dois a 12 anos de prisão e, em razão de terem sido cometidos em diversas situações, o MPF pediu a aplicação somada para cada situação criminosa praticada pelos réus.

A partir das investigações realizadas para a deflagração da segunda fase da Operação Arquimedes, em conjunto com a Polícia Federal, em abril deste ano, identificou-se a existência de cinco núcleos com tarefas e atividades diferenciadas, mas voltadas ao mesmo propósito de viabilizar fraudes em planos de manejo florestal e na documentação de transporte da madeira extraída irregularmente de terras públicas federais – incluindo unidades de conservação, assentamentos de reforma agrária e terras indígenas.


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