Tropas do Exército Brasileiro estão em Japurá para reforçar a segurança, no munícipio que fica a 741 km de Manaus, a capital do Amazonas. Um comboio do Exército chegou ao município depois de uma tentativa de ocupação de uma área de garimpo por guerrilheiros estrangeiros, provalvente da Colômbia e Venezuela, países que o Brasil faz fronteira, na região conhecida como Cabeça do Cachorro.
A área é uma fronteira seca e sofre com invasões de garimpeiros e de guerrilheiros das Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia -, grupo que apesar de ter feito um acordo com o governo colombiano ainda poussui dissidentes que atuam por conta própria apoiando narcotraficantes na fronteira com o Brasil.
A presença das forças armadas no município gerou mais segurança aos moradores, que temem uma possível invasão dos guerrilheiros e garimpeiros. Tropas de Vila Bittencourt, pertencente ao Comando Militar da Amazônia foram deslocadas para o local, assim como soldados de São Gabriel da Cachoeira.
O cenário atual remete aos anos 90, quando guerrilheiros da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), invadiram o território brasileiro na região do Traíra, em Japurá, e mobilizou a maior movimentação das Forças Armadas brasileiras, após acordo do governo brasileiro e colombiano.
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No dia 26 de fevereiro de 1991, uma patrulha de 40 guerrilheiros das FARC, que se autodenominava “Comando Simon Bolivar”, atacou um destacamento do 3° Pelotão Especial de Fronteira, às margens do Rio Traíra, fronteira do Brasil com a Colômbia, resultando em três soldados braileiros mortos, nove feridos, além do roubo de equipamentos e armamentos dos soldados subordinados ao Comando Militar da Amazônia (CMA).
Segundo organismos de Inteligência, o ataque teria sido motivado pela repressão exercida pelo destacamento de fronteira ao garimpo ilegal na região, uma das fontes de financiamento das FARC.
Diante da situação, as Forças Armadas brasileiras reagiram com a ‘Operação Traíra’, que envolveu cinco mil homens, 40 aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) usando caças AM-X e helicópteros, a primeira missão real de combate da Aviação do Exército, e navios da Marinha.
Deslocaram-se para a região da Serra do Traíra/AM 04 (quatro) helicópteros, sendo dois HA-1 Esquilo e dois HM-1 Pantera e a FAB deslocou para a região 16 aeronaves e a Marinha uma aeronave, além de um navio patrulha fluvial.
Foram realizadas diversas operações de infiltração e exfiltração de tropas do 1° Batalhão Especial de Fronteira (BEF).
A ‘Operação Traíra’ resultou num saldo de doze guerrilheiros mortos e inúmeros capturados. A maior parte do armamento e equipamento roubados foi recuperada.
O memorial do fato foi construído no 8º Batalhão de Infantaria de Selva, em Tabatinga, para homenagear e relembrar os militares brasileiros assassinados.
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