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Exposição reúne animais pré-históricos da Amazônia em museu de Manaus

Museu da Amazônia inaugura mostra sobre bichos que habitaram a região há milhões de anos neste sábado, com visitas agendadas

O Museu da Amazônia, o Musa, inaugura uma exposição especial neste sábado (3), em Manaus. É um retrato de uma Amazônia antiga, de milhões de anos, que revela bichos pré-históricos, entre eles, o maior crocodilo do mundo.

“O subsolo, o leito aonde repousa a Amazônia, tem dois bilhões e meio de anos”, explicou o diretor do Musa, Ennio Candotti. Essa Amazônia antiga ainda é pouco conhecida. Mas o Museu da Amazônia quer mudar isso.

O conhecimento sobre a Amazônia vai ser em forma de exposição. É o público cara a cara com os bichos que dominavam estas terras há milhões de anos. “A Amazônia esconde muita coisa, a gente tem esse lençol verde em cima, mas embaixo, muito profundo, estão os dinos, os afloramentos aonde os dinos estão profundos”, disse o paleoartista Carlos Scarpini.

Um dos astros dessa apresentação é o Amazonsaurus maranhensis. É uma espécie de saurópode, aqueles dinossauros com pescoço bem comprido. Ele é o vovô da exposição, viveu por aqui há pelo menos 110 milhões de anos.

Outra estrela é o Eremotherium laurillardi, a preguiça gigante. Essa preguiça viveu há cerca de 11 mil anos. Os fósseis desse animal gigante foram encontrados espalhados por várias partes do Brasil, de cavernas de Minas Gerais e da Bahia até às margens de rios no Acre.

Na Amazônia, ela viveu tanto na floresta quanto em áreas mais áridas, de cerrado. Um macho adulto chegava a pesar 5 toneladas. Podia atingir até seis metros de altura. Era um animal herbívoro, só se alimentava de gramas, de folhas e de arbustos.

Purussaurus brasiliensis foi o maior crocodilo do mundo. Existiu há cerca de 10 milhões de anos. Esse bicho tinha cerca de 12 metros e, segundo os cientistas, tinha a mordida mais forte que a do Tiranossauro rex.

“É o primeiro Purussaurus no mundo que foi reconstruído em tamanho real, osso por osso”, explicou Lucy Gomes de Souza, paleontóloga do Musa. “Então isso torna essa exposição ainda mais única para os visitantes”.

Em 2019, em um sítio arqueológico chamado cajueiro, no município de Boca do Acre (AM), foram encontradas uma mandíbula, vértebras e ossos dos braços do Purussaurus. Até então, os paleontólogos conheciam apenas o crânio e a mandíbula desse animal.

Depois de milhões de anos é difícil encontrar um esqueleto completo. E para conseguir terminar toda a estrutura, a ciência se transforma em arte. Tudo começa em um desenho, que ganha forma e vira a parte de um todo. Antes esquecido, é o trabalho do paleoartista.

“A fusão de dois segmentos da ciência, a ciência acadêmica, empírica, fria, estéreo que trabalha de fato com números, com dados concretos e a condição mais lúdica de você conseguir transportar esses dados estéreos para uma linguagem popular, para uma linguagem visual onde as pessoas consigam ver, o que o cientista consegue ver”, disse o paleoartista Carlos Scarpini.

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