
A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira (21), a 2ª fase da Operação “Fair Play”, que investiga crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, a economia popular, lavagem de dinheiro e organização criminosa, praticados por grupo empresarial com atuação em Manaus e em outros três capitais do país.
Foram cumpridas duas ordens judiciais de busca e apreensão na capital amazonense, além da indisponibilidade de bens dos investigados e do sequestro de dois veículos de luxo estimados em R$ 900 mil.
Após a realização da 1ª fase da operação, no último dia 14, foi possível identificar que os líderes da organização se utilizavam de uma empresa de fachada, com o fim específico de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro resultantes do esquema financeiro.
Para tanto, os investigados contaram com a participação de indivíduo apontado como sócio oculto dessa empresa que, embora sem atividade efetiva, possui vasto patrimônio, em especial, veículos de luxo até então não identificados.
Golpe do empréstimo

De maneira semelhante, foi descoberto que, às vésperas da deflagração da 1ª fase da operação, houve o saque de mais de meio milhão de reais por parte de funcionário da empresa, possivelmente com o objetivo de retirar de circulação valores provenientes do esquema financeiro investigado.
Na primeira fase da Fair Play, a polícia prendeu quatro investigados, que segundo a PF, ostentavam com o dinheiro das vítimas.
Nas redes sociais, o grupo fazia vídeos e fotos de carros de luxo e condomínios, também filmavam viagens nacionais e internacionais e tinham diversas joias, relógios e tênis de marcas famosas.
Parte das compras era feita em lojas famosas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O golpe funcionava principalmente com servidores públicos e aposentados.
Segundo com as vítimas, como servidores públicos têm facilidade de crédito para empréstimos, eles eram contatados pela Lotus, que oferecia uma proposta de investimento por meio do dinheiro emprestado pelo banco.

A Lótus agia como intermediador de um grande ‘investimento’ e prometia ganhos de até 12% em cima do valor do empréstimo. Assim, a empresa se comprometeria em pagar a dívida das vítimas e dar um valor a mais no final do contrato de 12 meses.
A empresa nunca teve autorização para oferecer serviços financeiros e não pagava as parcelas destes empréstimos. Mais de 200 vítimas denunciaram o golpe, que chegou a movimentar mais de R$56 milhões.
Jorge Luiz Guimarães de Araújo Dias e Farley Felipe de Araújo da Silva (na foto ao lado) foram apontados como donos da empresa.
A PF elaborou um organograma da estrutura da empresa e de de seus diretores que mantinha o funcionamento do esquema fraudulento em Manaus. Veja abaixo:
