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Família vai ao Conselho Federal pedir cassação de médico acusado da morte de pacientes

O advogado de defesa das famílias de Melina Seixas e Alan Braga, que morreram durante procedimento para a colocação de um balão gástrico pelo médico Edson Ritta Honorato, vai ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pedir a cassação do registro do gastroenterologista.  

Segundo o advogado das vítimas, Raul Góes, o Conselho Regional de Medicina (CRM-AM) teria punido o médico com suspensão de 30 dias. Em nota (ver no fim da reportagem), o Conselho informa que o julgamento de Honorato corre sob sigilo e não confirma a punição.

Góes afirma que a lei sobre infrações disciplinares de médicos estabelece que a pena máxima é de 30 dias e não pode ser aumentada.

“Com a decisão, a defesa vai entrar com recurso no Conselho Federal de Medicina para a cassação do registro do médico”, informou o advogado.

“Mesmo com todos os fatos de negligência registrados nos autos do processo, definiu-se uma sanção imposta de apenas 30 dias de afastamento, para uma pessoa que desprezou qualquer tipo de regulamento médico necessário para realizar um procedimento que prevê riscos aos pacientes”, afirma o advogado.

Saiba mais

Em 5 de fevereiro do ano passado, Melina procurou Honorato numa clínica no Vieiralves, no bairro Nossa Senhora das Graças, para implantar um balão gástrico – procedimento clínico para emagrecimento – veja na imagem abaixo.

Segundo o viúvo da jornalista Melina , Darlan Taveira, ela saiu da clínica de cadeira de rodas direto para o Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto, onde sofreu várias paradas cardíacas. A jornalista morreu no mesmo dia, por volta de 16h10.

Ele disse que a família procurou a clínica Endograstro de Manaus para fazer a implantação do balão gástrico. Taveira falou que acompanhou a esposa no dia do procedimento e que as informações repassadas pelo médico e equipe não foram claras quanto aos procedimentos.

“Disseram que o procedimento era algo simples, e que em 30 minutos ela estaria apta para voltar para casa”, relatou o marido.

Como a cirurgia demorou mais do que o esperado, Taveira decidiu perguntar ao médico sobre a esposa e Honorato respondeu que ela estava bem e dormindo.

Ainda de acordo com o viúvo, quase uma hora depois, socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) entraram na clínica e ele percebeu que havia algo de errado.

Ao ser questionado por Taveira, Honorato disse que a mulher dele não havia acordado e que tinja sofrido uma parada cardiorrespiratória.

Taveira disse afirmou que encontrou a mulher na sala de procedimento, no chão, desacordada, com os lábios e rosto roxos. Segundo ele, não havia nenhum tipo de equipamento de emergência para reanimá-la.

Depois disso, as informações que chegaram à família foram somente por meio da equipe do Samu.

Nota do CRM-AM

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM/AM) informa que o processo corre em sigilo, conforme disposto na Resolução CFM nº 2.306/2022, não sendo possível a divulgação de informações sobre o resultado do julgamento até o seu trânsito em julgado.

Ressalta-se ainda, a possibilidade de interposição de recurso pelas partes ao Conselho Federal de Medicina, no prazo de 30 (trinta) dias, após a juntada do comprovante de intimação da decisão nos autos.

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