Os primeiros resultados da apuração da eleição presidencial deste domingo na Argentina confirmam a tendência de vitória em primeiro turno do candidato peronista, Alberto Fernández , que tem como companheira de chapa a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner (2007-2015).
Herdeiro de uma crise econômica que não conseguiu resolver, apesar de uma acordo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional, o presidente Mauricio Macri foi derrotado em sua tentativa de obter um segundo mandato, indica a apuração
Com 65% dos votos apurados, Fernández tinha 47,21%, contra 41,42% de Macri e 6,13% do terceiro colocado, o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna. Na Argentina, para vencer no primeiro turno é necessário ter mais de 45% dos votos ou ao menos 40%, com 10 pontos de diferença sobre o segundo colocado.
O resultado de Macri foi melhor do que o obtido nas primárias de agosto, quando ele teve 32% dos votos, contra 39% de Fernández. A eleição aconteceu sob o temor de agravamento da situação econômica e de uma corrida aos dólares, que vem se valorizando em relação ao peso nos últimos três meses.
Fernández comemorou a vitória ainda antes da divulgação dos resultados oficiais, enquanto milhares de pessoas festejavam em frente ao quartel-general da Frente de Todos, a coalizão vitoriosa.
Sob um clima de polarização em vários países da América do Sul — com protestos populares no Chile e no Equador, a quarta reeleição de Evo Morales contestada na Bolívia e a pior crise econômica e social da História da Venezuela —, a eleição na Argentina tem o potencial de reconfigurar o equilíbrio de forças regional. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, fez campanha aberta por Macri e contra Fernández.