Brasil passou da marca de 100 mil mortes por coronavírus, emissora fez editorial e criticou Bolsonaro que nesta segunda devolveu as ofensas pelas redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou hoje a Rede Globo após editorial de ontem do “Jornal Nacional”, no dia em que o Brasil passou da marca de 100 mil mortes por coronavírus. O telejornal culpou Bolsonaro por partes dos óbitos e relembrou algumas declarações dele desde o início da pandemia, como o “e daí?” e “não sou coveiro”.
No Twitter, mesmo lamentando as mortes e criticando o isolamento social novamente, o presidente afirmou, sem citar nomes, que a rede de televisão “só espalhou o pânico na população e a discórdia entre os Poderes”. Além disso, afirmou que a Globo “desdenhou, debochou e desestimulou” o uso da hidroxicloroquina — que não tem comprovação científica para a doença, mas que segue sendo defendida por ele.
Segundo o presidente, mesmo que nenhum estudo indique sua eficácia, o medicamento “salvou a minha vida e, como relatos, a de milhares de brasileiros”. Bolsonaro escreveu também no Twitter que a “desinformação mata mais do que o vírus” e mandou recado: “O tempo e a ciência nos mostrarão que o uso político da covid por essa TV trouxe-nos mortes que poderiam ter sido evitadas.
” Por fim, o chefe do Executivo afirmou que a Globo “festejou” a marca de 100 mil mortes — de forma “covarde e desrespeitosa” — como uma final de Copa do Mundo e disse que a emissora está com saudades dos governantes que a colocava “como prioridade ao fazer o Orçamento da União, mesmo sugando recursos da saúde, mesmo sugando recursos da saúde e educação”.
JN culpa Bolsonaro e questiona se ele seguiu a Constituição
Os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos lembraram que o país está há 12 semanas sem ministro titular da Saúde. E apontou que os ministros anteriores — que eram médicos — deixaram o cargo porque pretendiam seguir as orientações da ciência, o que Bolsonaro não concordou.