
No dia 5 de setembro, data em que se celebra o Dia da Amazônia, Manaus será palco de uma das manifestações culturais mais potentes da região: o Festival Grito Rua, que este ano chega à sua décima edição reafirmando o compromisso de ocupar os espaços públicos com arte, cultura urbana e consciência socioambiental.
O evento acontece no Formigueiro Skate Park, no Parque da Juventude Ajuricaba, bairro São José Operário, das 16h às 23h, com entrada gratuita.
Organizado pela Associação Intercultural de Hip-Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM), em parceria com o coletivo Orígenas e com apoio do Instituto Clima e Sociedade – iCS, o festival reúne DJs, batalhas de rima, intervenções artísticas, campeonato de skate, feira criativa de empreendedores locais e espaço kids, oferecendo uma programação diversa, acessível e pensada para toda a família.
Em 2025, o Grito Rua ganha ainda mais relevância ao acontecer em um momento que antecede a COP30, a conferência mundial sobre mudanças climáticas que terá a Amazônia como palco.
A edição deste ano é também resultado de uma formação que preparou dez coletivos do Amazonas para realizar ações em Manaus e no interior, levando reflexões sobre meio ambiente e Amazônia diretamente às suas comunidades.
Cultura como direito e ferramenta de transformação
Para Mel Angeoles, vice-presidente da AIHHUAM e coordenadora do festival, o Grito Rua nasceu do desejo de ocupar espaços públicos com arte e de aproximar a comunidade de temas urgentes.
“O propósito central do nosso festival é celebrar a Amazônia com os nossos corpos, nos nossos territórios. Nós não fazemos apenas um evento cultural: fazemos um ato político e de pertencimento. Acreditamos que a arte é um direito e que ocupar os espaços públicos também é um direito nosso”, afirma.
Mais do que entretenimento, o Grito Rua é um chamado à consciência. A cada edição, a cultura urbana é utilizada como ferramenta de diálogo com a população sobre temas como crise climática, pertencimento e valorização da Amazônia.
O hip-hop, em especial, é visto como uma linguagem acessível e transformadora. “O hip-hop é o brilho nos olhos da garotada. Quando uma criança pega uma lata de spray ou dança break pela primeira vez, a gente percebe o quanto essa cultura abre horizontes. E é por meio dela que conseguimos falar de clima e Amazônia de forma acessível, sem juridiquês, para quem é realmente impactado pelas decisões”, completa Mel.
SOBRE A AIHHUAM
A Associação Intercultural de Hip Hop Urbanos da Amazônia – AIHHUAM é uma organização fundada por artistas da cultura Hip-Hop da Amazônia Urbana. Atua no fomento à arte, ao empreendedorismo cultural e à formação cultural de jovens, com foco em ações de impacto social, inclusão e fortalecimento das expressões da cultura urbana. Sua atuação conecta formação, criação e ocupação de espaços, sempre com protagonismo da periferia.