
A Fiocruz assinou nesta terça-feira (1) um contrato de transferência de tecnologia que permite a produção, no Brasil, do insumo farmacêutico ativo (IFA) usado na fabricação da vacina AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19.
A assinatura do contrato com a farmacêutica já era esperada desde o ano passado, mas passou por atrasos nos últimos meses, chegando a ficar sem previsão de data.
O passo era necessário para que a instituição pudesse iniciar a fabricação do IFA nacional no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (BioManguinhos).
A medida deve facilitar a produção da vacina no país. Nos últimos meses, atrasos no envio de insumos da China levaram a constantes revisões no cronograma de entrega de doses do imunizante.
A cerimônia de assinatura contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que trabalha para acelerar o programa de vacinação contra a covid-19 no Brasil.
“O contrato de transferência tecnológica que hoje celebramos permitirá avançarmos em relação a autossuficiência e soberania produtiva dessa vacina. Trata-se de mais um passo crucial para que possamos melhor nos posicionar estrategicamente na luta contra a pandemia”, disse Queiroga.
Bolsonaro ressaltou o trabalho dos ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Relações Internacionais, Ernesto Araújo, nas primeiras tratativas do acordo assinado nesta terça.
Produção em julho
Em nota, a Fiocruz diz que a produção deve se iniciar em junho. As instalações terão a capacidade de produção de IFA de cerca de 15 milhões de doses da vacina por mês.
“Trata-se de uma produção complexa, que incluirá uma série de etapas, passando pela produção inicial de dois lotes de pré-validação e três de validação, que passarão por testes de comparabilidade pela AstraZeneca, até alcançar a produção em larga escala”, disse a Fiocruz.
Previsão de entrega
Ainda de acordo com a instituição, a previsão é de que a entrega da vacina feita com insumo nacional ocorra a partir de outubro. Inicialmente, esse prazo era o início do segundo semestre.
A fundação afirma que ainda precisa protocolar na Anvisa um pedido para alterar o registro da vacina, incluindo o novo local de fabricação do IFA, condição necessária para entrega das doses ao Programa Nacional de Imunizações.
“O contrato de transferência tecnológica que celebramos permitirá avançarmos em relação à autossuficiência e soberania produtiva dessa vacina”, disse Queiroga, que definiu a medida como um “passo crucial na luta contra a pandemia”.
Mais 50 milhões
No evento, o ministro disse ainda que a pasta assinou contrato para oferta de mais 50 milhões de doses da vacina da instituição, mas com doses produzidas com insumos da China. O montante já estava programado no cronograma de entregas, mas também não tinha contrato assinado.
Na segunda (31), a Fiocruz ultrapassou o Butantan como maior fornecedora de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. São 47,6 milhões de doses disponibilizadas pela fundação, ante 47,2 milhões já enviadas pelo instituto paulista.