O brasileiro já coloca o açaí no mesmo patamar de itens indispensáveis do dia a dia. Um levantamento inédito do aplicativo de delivery Aiqfome, que pertence ao Magazine Luiza, mostrou que, em média, cada cliente gasta quase um salário-mínimo por ano apenas com pedidos da fruta por delivery.
Hoje, o açaí ocupa o quinto lugar entre os itens mais pedidos por delivery no interior do Brasil. Entre janeiro e dezembro de 2024, foram 23 pedidos por pessoa, com tíquete médio de R$ 53, somando R$ 1.294,44 ao ano.
O fenômeno não se restringe ao Aiqfome. Segundo dados do iFood, o açaí já é o quinto item mais pedido na plataforma e traz duas curiosidades: dos 38 milhões de açaís solicitados em 2025, cerca de 20 milhões — 53% — foram comprados à noite.
Durante a madrugada, a fruta também mantém sua popularidade: 30% dos pedidos são feitos nas altas horas, período que registrou maior crescimento em comparação ao ano anterior.
Consumo cresce no interior e nas regiões metropolitanas
No interior do país, o Paraná concentra o maior número de pedidos no Aiqfome, mas os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram o consumo no iFood.
O crescimento é ainda mais expressivo em algumas regiões. O Pará registrou aumento de 37% nos pedidos em 2025, seguido por Bahia (36%), Piauí (35%), Mato Grosso e Tocantins (33%).
Entre os acompanhamentos mais escolhidos estão leite condensado, leite em pó e morango, que transformam o “superfood” amazônico em um verdadeiro hit de sobremesa.
O levantamento reforça como o açaí, típico da Amazônia, se consolidou como produto nacional, com apelo prático, saudável e acessível.
Açaí se consolida como negócio lucrativo
O crescimento do mercado é expressivo. Segundo dados do IBGE e de órgãos estaduais, a produção brasileira saltou de 150 mil toneladas, há dez anos, para quase 2 milhões em 2023 — um avanço de 70% apenas nos últimos cinco anos.
O efeito se espalha por toda a cadeia: agricultores, fabricantes de sorvetes, distribuidores e plataformas digitais lucram com um setor que movimenta bilhões de reais e atrai cada vez mais investidores.
A pesquisa também mostra que o açaí não é apenas tendência passageira. No Dia do Açaí, comemorado em 5 de setembro, os pedidos subiram 41,9% em comparação ao ano anterior.
A praticidade de consumo, o apelo saudável e o custo-benefício de um alimento energético ajudam a explicar a popularidade.
Hoje, franquias, redes de delivery e empresas de alimentos funcionais veem na fruta um campo aberto para inovação, desde bebidas e sorvetes premium até soluções sustentáveis que aproveitam os resíduos da produção.
O gasto médio de quase R$ 1.300 por cliente comprova que o açaí se consolidou como um negócio estruturado, lucrativo e com espaço para crescer ainda mais no Brasil.
