
Por Euler Ribeiro*
Imaginávamos o século XXI com muitas transformações, evoluções tecnológicas e avanços científicos, mas uma questão tem se tornado extremamente desafiadora: Como será num futuro próximo o comportamento da sociedade face às mudanças do “Índice do Envelhecimento”?
Segundo a Organização Das Nações Unidas (ONU) o fenômeno do envelhecimento da população mundial será a transformação social mais significativa deste século, na metade do século passado existiam ente 17 e 19 indivíduos de 60 anos para um grupo de 100 jovens de 0 a 14 anos de idade, e poucos indivíduos de 80 ou mais para o mesmo grupo de jovens. Novas projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que somente no Brasil o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre 0 a 14 anos nas próximas décadas.
Sabemos que o aumento da expectativa de vida duplicou com as mudanças que vem acontecendo no ritmo muito acelerado, enquanto os países desenvolvidos se prepararam para o envelhecimento, nosso país ainda está processando esta nova realidade. É preciso um novo olhar para o envelhecimento, com ofertas de saúde, educação, mobilidade e até emprego para esta etapa da vida se tornam urgentes. Chegar aos 80 anos tornou-se comum, mas chegamos a esta idade de uma forma robusta? saudável? envelhecer com qualidade requer mudanças de hábitos desde a infância, por esta razão é necessário pensarmos hoje como as gerações futuras terão que lidar com estas novas demandas.
Por outro lado tivemos uma queda conceituada na taxa de fecundidade, as mulheres antes multíparas, passaram a conceber de 01 a 3 filhos e esta taxa deve continuar caindo, afetando assim tanto o volume demográfico quanto suas consequências econômicas, sociais e ambientais. Teremos mais avós que netos!
Eu que fui relator da previdência na constituição de 1988, vejo a urgência da nova reforma para a aposentadoria, porém precisamos de um olhar mais integrativo, precisamos de novos modelos para sustentar uma população envelhecida. Os recursos naturais estão se tornando cada vez mais escassos, portanto, um novo pensar global é necessário para a nossa sobrevivência, afinal o futuro será dos envelhescentes.
Euler Ribeiro é médico PHD em Geriatria e Gerontologia