A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas- Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), seguem investigando a suspeita de surto de rabdomiólise, mais conhecida como a “doença da urina preta”, em Itacoatiara (distante 250 km por estrada de Manaus).
Duas crianças estão internadas no Hospital da Criança, e um adulto no Hospital Tropical, na capital amazonense. Elas comeram pirapitinga, pirarucu e pacu e apresentaram quadros de infecção.
Segundo o médico do Hospital Tropical, Marcelo Cordeiro, ainda não se tem uma causa da infecção provocada pela doença encontrada em peixes e crustáceos, mas alerta que ela é pontual e que os amazonenses podem continar consumindo peixe regularmente.
Até ontem (26), 19 casos haviam sido notificados da doença. Profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Itacoatiara (Semsa/Itacoatiara) estão sendo capacitados sobre a rabdomiólise e as características principais da doença.
“Estamos ampliando todo o suporte à equipe de profissionais e acompanhando o trabalho que está sendo realizado com o olhar da vigilância”, afirma o diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes.
De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/FVS-RCP), Liane Souza, entre os envolvidos no surto, sete pacientes seguem internados no Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara.
“Estivemos realizando a visita aos pacientes hospitalizados e acompanhando o estado de saúde deles. Em Manaus permanece um paciente internado na FMT-HVD”, aponta Liane.
Rabdomiólise – A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da lesão muscular com a liberação de substâncias intracelulares para a circulação sanguínea.
Ela ocorre normalmente em pessoas saudáveis, na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas, infecções e ingestão de alimentos contaminados que incluem o pescado. O quadro clínico da doença pode incluir elevações assintomáticas das enzimas musculares séricas (creatinina-fosfoquinase – CPK).