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Gaeco investiga Cunha e Fillippeli por propinas de empresas aéreas

Políticos são suspeitos de reduzir alíquota do ICMS do querosene de aviação em troca de propina. Há indícios de pagamento de propina por parte das companhias aéreas Gol e TAM.

Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli são os principais alvos de uma ação do Ministério Público do DF (MPDFT) na manhã desta quarta-feira (3). Os dois políticos são suspeitos de participar de esquema de propina com objetivo de baixar os impostos da aviação em Brasília.

Ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli

A Operação Antonov cumpre 20 mandados de busca e apreensão na capital federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.

Segundo o MPDFT, a ação criminosa ocorreu entre 2012 e 2014, quando Cunha e Filippelli conduziram a alteração de uma lei distrital para reduzir a alíquota do ICMS para querosene de aviação de 25% para 12%. Ambos teriam recebido valores em propina das empresas Latam e Gol para votar a mudança legal.

A operação contou com a delação do doleiro Lúcio Funaro, investigado na Operação Lava Jato. O economista fez delação ao Ministério Público Federal que foi compartilhada com o MPDFT.

Como Cunha e Filippelli teriam recebido a propina

Cunha teria recebido propina por meio da empresa C3 Atividades de Internet Ltda., administrada pela mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz, ou por meio de transferências a companhias ligadas a Funaro. Este teria utilizado os serviços dos doleiros Cláudio (“Tony”), Vinicius (“Juca Bala”) e Carlos (“Tyson”) para fazer com que o dinheiro chegasse ao político. Tony e Juca Bala foram presos na Operação Lava Jato.

Já Filippelli teria recebido as vantagens indevidas com a ajuda do operador Afrânio Roberto de Souza Filho, por meio da empresa Objetiva Consultoria e Participações Ltda., administrada por Afrânio Filho e o filho dele, Afrânio Neto.

As investigações apontam que Filippelli teria utilizado parte da propina para comprar imóveis comerciais na cidade de Taguatinga (DF). Acredita-se que, posteriormente, eles foram usados pelo investigado para “integralizar o capital social da empresa Lanciano Investimentos e Participações S/A, administrada por sua então esposa Célia Maria Pereira Ervilha Filippelli”, informou o MPDF.

Informações preliminares apontam ainda que o empresário da Gol Henrique Constantino teria participado do esquema, pagando propina a Cunha para que este conseguisse a liberação de empréstimo na Caixa Econômica Federal e a desoneração da folha de pagamento dos empregados do setor aéreo e rodoviário, pontos de interesse da companhia aérea.

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