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Operação Militia: PM aposentado é preso durante ação do Gaeco

Promotor instaura inquérito para investigar uso político do Sistema de  Segurança Pública - Amazonas Direito

O sargento aposentado Francisco Wendel Simas Tomé, da Polícia Militar do Amazonas, e Sávio Antônio Leite Corrêa foram presos nesta quarta-feira (17) na segunda fase da Operação Milícia, do MPAM (Ministério Público do Estado do Amazonas). O MP investiga um grupo criminoso formado por policiais militares que realizavam falsas operações para extorquir as vítimas.

Em entrevista coletiva nesta quarta, o promotor Armando Gurgel, de Controle Externo da Atividade Policial do MP, explicou que a operação se concentrou na investigação de fraudes envolvendo contas bancárias abertas em nome de terceiros, incluindo um perito da Polícia Civil. Esse perito, alvo de prisão temporária na primeira fase, também foi vítima do grupo e colaborou com as investigações.

Francisco Wendel Simas Tomé

“Essa operação teve como braço de investigação a circunstância anteriormente apurada que levou à prisão temporária com a intenção justamente de criar uma situação de segurança para a investigação em relação ao perito, cujo nome teria sido utilizado em uma das contas que serviu de passagem para os valores extorquidos das vítimas”, explicou Gurgel. A primeira fase da operação ocorreu em julho.

Durante a segunda fase foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão — quatro em Manaus e um em Borba, onde Sávio Antônio foi preso. Até o momento, 11 policiais foram presos, sendo nove na primeira fase. Nesta etapa, além das duas prisões foram apreendidos equipamentos eletrônicos “essenciais para a investigação” sobre movimentações financeiras fraudulentas, disse o promotor.

Armando Gurgel revelou como Sávio Antônio agia: “Um dos presos, o alvo preso em Borba, ele teve condição de realizar, quando estava em Manaus na oportunidade, de realizar esse cadastro, o ingresso na instituição de pagamento, de forma fraudulenta, utilizando o nome do perito. E essa conta foi utilizada”, disse.

Segundo Gurgel, o sargento havia sido preso em 2023 por tráfico de drogas. Na época, ele estava afastado da Polícia Militar por problemas de saúde e a prisão ocorreu em uma situação que resultou em troca de tiros com a polícia.

O promotor afirmou que o grupo criminoso utilizava “contas de passagem” para receber valores das vítimas sem se identificar. Alguns integrantes usavam balaclavas e procedimentos que simulavam atuação policial, mas não estavam em serviço oficial. “Eles extorquiam as vítimas e, depois, liberavam, criando uma distância entre a prática criminosa e a identidade dos responsáveis”.

O MP informou que outras situações ainda estão sendo investigadas e que nem todas as vítimas se sentem à vontade para denunciar imediatamente, devido ao trauma e ao receio de retaliação, pois as vítimas têm familiares e amigos com ligação ao crime.

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