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Oxigênio: Pazuello pagou fretamento de voo inexistente para Manaus

O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios de que o Ministério da Saúde pagou por um voo que não existiu, para transportar usina de oxigênio para Manaus, em janeiro de 2021.

À época, a pasta era comandada pelo general Eduardo Pazuello, no governo de Jair Bolsonaro (PL). 

O ministro do TCU, Benjamin Zymler, relator do processo, instaurou uma Tomada de Contas Especial em razão do possível pagamento indevido à empresa VTC Operadora de Logística Ltda (Voetur/VTCLOG) para o fretamento de um avião que deveria transportar usina de oxigênio para Manaus (AM).

Na prestação de contas, a Voetur/VTCLOG alega ter feito o transporte através de um avião fretado, da companhia aérea Azul, no dia 17/01/2021.

Contudo, o TCU constatou que não há registro do voo na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A irregularidade foi encontrada após auditoria nos contratos do Ministério da Saúde com a empresa Voetur/VTCLOG.

Em depoimento de representantes da empresa à CPI da Pandemia, no Senado, em outubro de 2021, a VTCLOG negou ilegalidades na relação com o governo federal.

O contrato sob suspeita tinha como objeto a prestação de serviços contínuos de transporte e armazenagem dos Insumos Críticos de Saúde (ICS), inclusive vacinas e usinas de oxigênio durante a pandemia.

O TCU encontrou os indícios de irregularidades em dois aditivos de contrato e também na execução contratual. 

Outras suspeitas

Agora, a Tomada de Contas Especial também vai investigar outros aspectos suspeitos dos contratos. O TCU verificou falta de documentação que comprove o fretamento de aeronave no valor de R$ 150 mil.

Também não comprovação da operação de transporte aéreo de vacinas contra a Covid-19, com possível prejuízo de R$ 6 milhões aos cofres públicos. 

Conforme o TCU, dois ex-dirigentes do Ministério da Saúde que assinaram contratos serão responsabilizados. A corte de contas aplicou multa de R$ 79 mil ao ex-diretor do departamento de logística, Roberto Ferreira Dias.

Ele ainda ficou inabilitado para exercício de cargo em comissão ou função de confiança no âmbito da administração pública por cinco anos.

O ex-coordenador-geral de logística de insumos estratégicos para saúde, tenente-coronel Alex Lial Marinho, será multado em R$ 50 mil.

O contrato com a VTCLOG foi firmado em 2020, com vigência de 60 meses.

O Ministério da Saúde deverá reter, cautelarmente, o pagamento dos valores referentes aos fretamentos à VTCLOG até que o TCU delibere sobre o mérito da matéria.

O voto do ministro relator foi aceito por unanimidade pelo plenário do TCU. A sessão foi realizada na última quarta-feira (5). 

Ministro da Saúde à época dos fatos, Eduardo Pazuello, que agora é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, foi procurado para comentar as investigações, mas não enviou resposta.

O Ministério da Saúde também não se posicionou.

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