Em audiência vitual na manhã desta quinta-feira (11), o governador do Amazonas Wilson Lima apresentou aos senadores da Comissão Temporária do Senado, que acompanha as ações contra a Covid-19, como funciona o modelo amazonense para equlibrar a saúde e a economia no estado.
Na sessão, o governador destacou que aplicou medidas restritivas de circulação de pessoas apresentaram resultados significativos para frear a transmissão do vírus, mas manteve os serviços essenciais em funcionamento, garantindo os empregos e o abastecimento da população.
Para a audiência, presidida pelo senador Confúcio Moura (MDB), também foram convidados os governadores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Distrito Federal.
“Trabalhamos para encontrar o equilíbrio da ampliação da nossa rede hospitalar e da flexibilização para manter o mínimo de atividade econômica em funcionamento. É importante levar em consideração esse tripé da saúde, economia e social, para que haja um trabalho de proteção da vida”, explicou o governador para os congressistas.
Medidas restritivas – Apesar de desagradar uma parcela da sociedade, as medidas restritivas de circulação de pessoas têm apresentado resultados positivos.
“Uma medida que adotamos, que foi muito efetiva, foi a restrição de circulação de pessoas entre 19h e 6h da manhã. A restrição de circulação é uma medida antipática porque mexe com uma parcela significativa da população, mexe com a atividade econômica. Então é preciso ter muito equilíbrio e, acima de tudo, um diálogo constante com os setores da sociedade e órgãos de controle”, ressaltou o governador.
As medias adotadas pelo governo amazonense tem como base os indicadores da Fundação de Vigilância em Saúde em análises com o Comitê de Enfrentamento à Covid-19, que reúne representantes de diversos segmentos da sociedade, entidadades de controle e atividades econômicas.
Evolução da pandemia – Na audiência, o governador também apresentou números da pandemia no Amazonas. “Fomos o primeiro estado a atingir um nível muito agudo de casos da Covid-19. Nós temos algo em torno de 11 mil óbitos. Setenta por cento das pessoas acima de 60 anos estão morrendo, por isso a necessidade de haver urgência em imunizar esse grupo e aquelas pessoas com comorbidades”, disse Wilson Lima.
Com os avanços na rede de saúde e na redução da taxa de transmissão, o Estado começa a sair da fase mais crítica deste segundo pico da pandemia. A taxa de transmissão no Amazonas, que chegou a 1,3, a maior entre os estados do país, agora está na ordem de 0,87, o que significa que cada cem pessoas contaminadas transmitem para outras 87.
Ao comentar a evolução de casos e internações que ocorre neste momento em outros estados, Wilson Lima destacou o aumento brusco do consumo de oxigênio durante o segundo pico da pandemia no estado, que saltou de 15 mil m³ por dia para 80 mil m³ por dia.
“A gente observa agora no país que haverá naturalmente o aumento do consumo de oxigênio. Nós sofremos um problema muito grave com relação a isso porque os casos evoluem com uma rapidez muito grande. O período para atingirmos o pico de internações e de óbitos foi de 18 dias e, depois que chegou ao pico, 30 dias para que começasse a chegar aos patamares que tínhamos no início do segundo pico”, alertou.
Wilson Lima lembrou que, ainda no ano passado, a rede de saúde foi preparada para um possível aumento do número de casos baseado nos atendimentos realizados no primeiro semestre de 2020. Mas, no início deste ano, a quantidade de internações triplicou, superando a expectativa do Estado.
A escassez de insumos básicos e de mão de obra especializada, principalmente médicos e enfermeiros, e a majoração dos preços também foram problemas enfrentados pelo Estado e citados por Wilson Lima na audiência.