
O Ministério da Saúde lançou nesta semana o Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses, acompanhado de um novo Plano de Contingência Nacional.
A ministra Nísia Trindade destacou que o objetivo é antecipar ações no período sazonal da dengue, buscando reduzir casos graves e óbitos.
Entre as medidas anunciadas estão a adequação das redes de saúde, ampliação das ações preventivas e a expansão do método Wolbachia, que consiste em introduzir uma bactéria natural nos mosquitos Aedes aegypti para reduzir sua capacidade de transmitir vírus como dengue, zika e chikungunya.
Enquanto isso, o interior do Amazonas enfrenta desafios significativos no combate à dengue, com taxas de incidência elevadas e infraestrutura insuficiente.
Dados do boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) revelam que, entre as semanas epidemiológicas 36 e 48 de 2024, os municípios de Guajará, Envira e Japurá apresentaram as maiores taxas de incidência, com 3.626,5, 1.355,8 e 180,6 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.
Guajará, que lidera o ranking, registrou 501 casos confirmados no período, seguido por Envira com 233 casos e Manaus, que totalizou 77 casos.
No total, 22 municípios do estado notificaram casos confirmados de dengue entre setembro e novembro de 2024, um aumento expressivo em relação ao mesmo período de 2023.
A análise também revelou que fatores socioambientais, como saneamento básico precário, desmatamento e mudanças climáticas, continuam favorecendo a proliferação dos vetores, demonstrando que o cenário, no Amazonas, demanda atenção especial para evitar que o aumento de casos continue pressionando as redes de saúde, especialmente nas áreas mais vulneráveis.