
O governo do presidente Lula assinou contratos de R$ 650 milhões com uma série de empreiteiras que possuem condutas suspeitas de prática de cartel em obras de pavimentação.
As condutas das empresas são semelhantes às reveladas em 2022 durante uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a ação de um ‘cartel do asfalto’ a partir de licitações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A fiscalização do TCU e da Controladoria-Geral da União indicavam irregularidades em série, como superfaturamentos, desvios e obras precárias.
Na gestão Bolsonaro, a Codevasf foi entregue ao comando do centrão. Lula manteve a liderança da estatal da mesma forma em troca de apoio no Congresso.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo analisou 56 licitações de pavimentação da estatal, referentes ao ano passado. A maioria foi feita em dezembro.
Desse total, 47 concorrências foram assinadas em 2023, no governo Lula. Grande parte das concorrências teve a participação de pelo menos uma empreiteira citada pelo TCU como suspeita de integrar o “cartel”. Os contratos resultantes desse lote somam R$ 650 milhões.
Durante o período de transição, a equipe de Lula usou a Codevasf como um mau exemplo de uso de recursos de emendas parlamentares.
No entanto, as mudanças mais bruscas na estatal foram barradas com a decisão do governo de manter a estatal nas mãos do engenheiro Marcelo Moreira, que teve o aval do União Brasil. Moreira é presidente da Codevasf desde 2019.