
Em 2023, o governo do presidente Lula (PT) impôs sigilo de 100 anos a 1.339 pedidos de informações, sob a justificativa de que os documentos de acesso público solicitados contêm dados pessoais.
Comparado a 2022, último ano do mandato de Jair Bolsonaro (PL), o governo atual negou sete pedidos a mais do que o antecessor, que rejeitou 1.332 documentos, alegando ter informações pessoais.
A análise de dados é do repórter Tácio Lorran, do jornal Estadão, em parceria com o Datafixers.org. As informações da série histórica foram disponibilizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Áreas com sigilo de 100 anos impostos pelo governo Lula
- Casa Civil
- Exército do Brasil
- Polícia Rodoviária Federal (PRF)
- Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty
- Ministério da Educação (MEC)
- Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)
Algumas informações sob sigilo de 100 anos:
- agenda da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja
- textos entre diplomatas sobre o ex-jogador de futebol Robson de Souza, o Robinho, de 40 anos, condenado por estupro coletivo
- relação de militares do Batalhão de Guarda Presidencial de plantão durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023
Série histórica de pedidos negados
Com 3.732 negativas, o pico de pedidos rejeitados por conter informações pessoais ocorreu em 2013, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff. No entanto, nos anos seguintes, esse número apresentou uma queda significativa, de acordo com o levantamento.
Durante a corrida à Presidência da República, o petista criticou a imposição de 100 anos de sigilo — prática que ganhou destaque no governo Bolsonaro — e prometeu fazer “revogaço” dessas decisões.
Em 25 de outubro, ele chegou a alfinetar os decretos de sigilo de informações feitos por Bolsonaro em uma sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo. Na ocasião, o petista disse que decreto de sigilo “está na moda”. Assista: