
O governo Lula não assinou uma declaração conjunta de 55 países que denuncia os crimes de Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, durante reunião realizada na última nesta sexta-feira (3) no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Representantes do governo de Lula permaneceram em silêncio sobre a situação dos direitos humanos na Nicarágua e ações autoritárias e violentas do presidente da Nicarágua, que é amigo de longa data do petista.
Segundo um grupo de especialistas da ONU, o governo nicaraguense cometeu violações sistemáticas dos direitos humanos, as quais constituem “crimes contra a humanidade”.
Durante os primeiros mandatos, o petista se encontrou diversas vezes com o presidente nicaraguense para debater, por exemplo, integração regional.
Há uma tentativa em curso para que a comunidade internacional imponha sanções a instituições e indivíduos envolvidos no cometimento dos crimes.
“Os supostos abusos – que incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura, privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país – não são um fenômeno isolado, mas o produto do desmantelamento deliberado das instituições democráticas e da destruição do espaço cívico e democrático”, diz trecho do relatório assinado pelos países.
O relatório da ONU afirma que há um padrão de execuções extrajudiciais conduzidas por membros da Polícia Nacional e por grupos armados pró-Ortega.
O ditador obstruiu investigações sobre quaisquer mortes relacionadas ao regime. Desde 2018, mais de três mil organizações da sociedade civil foram fechadas pelo governo.
Desde o ano passado, o ditador intensificou a perseguição à Igreja Católica ao prender padres e bispos, expulsar freiras missionárias do país e fechar emissoras de rádio e TV católicas.


