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Greenpeace Brasil identifica crescimento de 400% em balsas de garimpo no Rio Madeira

De acordo com o Greenpeace nos cinco primeiros meses deste ano, mais de 500 balsas de garimpo tomaram o  Rio Madeira e denuncia a expansão da atividade ilegal.

O Greenpeace Brasil flagrou 542 balsas de garimpo operando intensamente ao longo do leito do Rio Madeira, distribuídas em 22 pontos entre Calama (RO) e Novo Apuranã (AM).

O monitoramento, feito entre 15 e 18 de julho, mostrou um crescimento de 400% dessas embarcações em relação ao levantamento feito pela organização entre janeiro e fevereiro, quando foram contabilizadas 130.

As balsas, que dragam o fundo do rio em busca de ouro, estão posicionadas próximas a áreas protegidas como a Reserva Extrativista Lago do Cuniã e a Terra Indígena Lago Jauari.

O garimpo ilegal devasta a floresta, deteriora a qualidade da água com o mercúrio, que também contamina os peixes. O Greenpeace prepara denúncia ao Ministério Público Federal e encaminhará os dados atualizados às Secretarias de Meio Ambiente dos estados de Rondônia e Amazonas.

O flagrante faz parte de um monitoramento intensivo desenvolvido pelo Greenpeace Brasil, utilizando uma atualização do sistema de inteligência Papa Alpha. A plataforma, alimentada por imagens de radar do satélite Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia, tem sido fundamental para identificar a presença de estruturas metálicas no leito do rio, mesmo em áreas cobertas por nuvens, e gerar alertas quase em tempo real sobre atividades suspeitas de garimpo.

O Greenpeace planeja expandir seu sistema de monitoramento para outros rios da Amazônia, como o Rio Tapajós e o Rio Teles Pires, ambos severamente afetados pela atividade garimpeira.

O porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Grégor Daflon, destaca a importância da inovação tecnológica na luta contra o garimpo: “Com o uso dessa nova tecnologia, sabemos onde estão as balsas, quando chegam e como se movem. Isso é um passo decisivo para responsabilizar os culpados e pressionar as autoridades a tomar uma atitude à altura da destruição em curso”, completa Daflon. 

A organização também está engajada em pressionar os órgãos responsáveis, como o Ministério Público, o Ibama e a Polícia Federal, para que adotem uma postura mais enérgica frente ao garimpo. As informações coletadas estão sendo encaminhadas para essas entidades, com o objetivo de acelerar a ação governamental. 

Sobre o Greenpeace Brasil

O Greenpeace Brasil é uma organização ativista ambiental sem fins lucrativos, que atua desde 1992 na defesa do meio ambiente. Ao lado de todas as pessoas que buscam um mundo mais verde, justo e pacífico, a organização atua há mais de 30 anos pela defesa do meio ambiente denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição das florestas.

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