Mais de 300 mil passageiros são afetados. Rodoviários reivindicam reajuste salarial de 12% e a permanência dos trocadores dos coletivos

Representantes do Sindicato dos Rodoviários, do Sinetram e da Prefeitura de Manaus começaram a manhã desta quarta-feira (16) reunidos, mas não chegaram um acordo definitivo sobre a greve que paralisa em parte o transporte de 500 mil passageiros diariamente na capital amazonense, pelo segundo dia consecutivo.
Hoje a paralisação atinge 30% da frota de ônibus, cerca de 400 ônibus que estão nas garagens de sete empresas que aderiram a greve dos rodoviários. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), mais de 300 mil usuários estão sendo afetados diretamente.
No total, o sistema de transporte público de Manaus possui 1.166 ônibus distribuídos em 218 linhas. De acordo com a prefeitura, o transporte público da capital realiza cerca de 500 mil passagens diárias.
A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus, após uma decisão judicial autorizar o movimento grevista dos trabalhadores do transporte público.
A reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores em ônibus de algumas empresas.
Segundo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11), 70% da frota tem que circular nos horários de pico das 6h às 9h e das 17h às 20h. Após esses horários, os rodoviários manterão apenas 30% da frota em operação durante o dia.
Mas a decisão judicial recomenda que a circulação tem que ser no mínimo de 50% dos ônibus, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora de descumprimento.
A Justiça também proibiu qualquer bloqueio nas garagens das empresas ou qualquer ação que impeça o livre funcionamento do serviço público essencial, devendo eventuais manifestações ocorrer a no mínimo 150 metros das entradas dos estabelecimentos, sob a mesma penalidade.
Por volta das 9h30, alguns coletivos que ainda estavam em circulação começaram a retornar para as garagens das empresas.
Por conta da falta de transporte na cidade, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade do Amazonas (UEA) suspenderam as aulas e mantiveram apenas o setor administrativo em funcionamento. Muitas escolas públicas também suspenderam as atividades devido a greve.
Nas estações de passageiros houve tumulto no início da manhã e muitas pessoas chegaram atrasadas no trabalho.