
O Sindicato dos Rodoviários confirmou, nesta terça-feira (14), que a greve da categoria será mantida e pode afetar até 50% da frota dos ônibus em Manaus hoje. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, afirmou que a paralisação resultou-se de impasses nas negociações. “Tentamos vários acordos, mas sem sucesso. Agora é greve”, declarou.
Segundo Givancir Oliveira, a classe já tentou entrar em acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), mas não houve sucesso e por conta disso decidiram pela paralisação.
“Nosso último recurso é a greve, já tentamos várias tratativas de acordo, mas sem sucesso, então vamos pra guerra” disse Givancir.
Cerca de 500 mil pessoas, por dia, utilizam o transporte coletivo como meio de locomoção em Manaus, segundo estimativa do advogado do Sinetram, Fernando Borges.
Os funcionários da empresa Via Verde protestaram ontem (14) em frente à Câmara Municipal de Manaus (CMM) contra a retirada dos cobradores dos novos ônibus incorporados ao sistema. Na programação do Legislativo deveria ocorrer audiência pública para debater o tema, que acabou sendo adiada.
O vereador Jaildo Oliveira (PV) afirmou que a empresa Via Verde colocou em circulação novos ônibus que não possuem o assento reservado aos cobradores, sendo o motorista o responsável pela função de receber e dar troco aos usuários do transporte coletivo.
“A empresa Via Verde, ela insiste em não cumprir a Lei, ela trouxe mais de 30 ônibus sem a cadeira do cobrador, e a gente foi fazer uma fiscalização lá e a gente pode verificar que ela soltou todos esses ônibus e chegaram sem a cadeira do cobrador. O motorista vai ter que fazer vária funções, umas dez funções ao mesmo tempo”, disse o vereador.
A Lei nº 2.923/2022 estabelece “que o pagamento da tarifa será feito pelo passageiro ao cobrador, no serviço Convencional, e ao motorista, no serviço Complementar”.
JUSTIÇA
Apesar do anúncio de greve, a Justiça exigiu que parte da frota de ônibus continue circulando para reduzir os impactos à população.
De acordo com decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, o Sindicato dos Trabalhadores precisa garantir pelo menos 70% dos ônibus em circulação nos horários de pico, entre 6h e 9h e das 17h às 20h.
Fora desses períodos, o sindicato deve manter 50% da frota nas ruas. Caso descumpra a medida, a categoria enfrentará multa de R$ 60 mil por hora.
Além disso, o tribunal proibiu que os rodoviários bloqueiem as garagens das empresas. A decisão também determina que manifestações aconteçam a, no mínimo, 150 metros das entradas dos terminais, sob risco da mesma penalidade.
Enquanto isso, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) reforçou, em nota, que permanece aberto ao diálogo com os trabalhadores.