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Grupo Silvio Santos na mira da Lava Jato


O suposto esquema teria participação de Daniel Abravanel, sobrinho de Silvio Santos, que usava a empresa que comercializa a Tele Sena. 

Foto: Divulgação

Preso e depois delator da Lava Jato, o operador financeiro Adir Assad afirma que lavou milhões de reais para o Grupo Silvio Santos. O esquema teria acontecido nas décadas de 1990 e 2000 e envolvia contratos fraudados de patrocínio esportivo.

As informações estão em anexos de seu acordo de colaboração premiada firmado com integrantes da Operação Lava Jato.

Os depoimentos de Assad foram compartilhados entre membros do MPF (Ministério Público Federal) por meio do aplicativo de mensagens Telegram. O conteúdo dessas conversas foi obtido pelo The Intercept Brasil e divulgado nesta quinta-feira (29), pela Folha e pelo site.

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De acordo com Assad, um dos contatos dentro do Grupo Silvio Santos era Daniel Abravanel, sobrinho do apresentador de televisão e empresário Silvio Santos.

Os valores envolvidos tinham relação com a Fórmula Indy, competição automobilística. Na época, final da década de 1990, o SBT, emissora do apresentador, “tinha necessidade à época de fazer um caixa paralelo, mas não sabe dizer com qual finalidade”, relatou a Folha.

O esquema teria movimentado R$ 10 milhões. Assad disse ter firmado contratos superfaturados de patrocínio entre suas empresas e pilotos da Fórmula Indy e da categoria Indy Lights.

Já na década de 2000, o esquema envolveria a Fórmula Truck, outra competição automobilística, e que teria contratos de imagem e patrocínio. Segundo Assad, uma pequena parte dos valores contratados era transferida para os pilotos. O restante do dinheiro era devolvido ao SBT.

A empresa responsável pela Tele Sena, a Liderança Capitalização teria pago R$ 19 milhões a Rock Star, entre 2006 a 2011, empresa que pertence ao operador Adir Assad, de acordo com documentos da delação.

Assad admitiu que ele agia como um “gerador de caixa” para grandes empresas, a maioria empreiteiras. Ele entregava o dinheiro para os contratantes sem saber o que seria feito com os valores. 

Uma parte era entregue em espécie a um diretor financeiro do Grupo Silvio Santos. As acusações envolvendo o Grupo Silvio Santos estão na versão final do acordo de delação de Assad, de 2017 e já homologado pela Justiça.

Os dados da delação e documentos estão com a Justiça Federal de São Paulo, em total sigilo até hoje. 

Procurados pelo jornal, o SBT e o Grupo Silvio Santos afirmaram, em uma nota, que não poderiam se manifestar sobre o tema porque “desconhecerem o teor da delação” de Assad.

As empresas também ressaltam que “sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais”.

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