A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), fundada pelo padre Robson Oliveira, gastou R$ 107,8 milhões na compra de casas, apartamentos, salas e outros imóveis entre 2008 e 2018, segundo dados de um relatório das movimentações financeiras da associação

As investigações que apuram lavagem de dinheiro envolvendo o padre Robson de Oliveira Pereira começaram depois que o pároco foi vítima de extorsão. Um dos responsáveis pelo episódio, que aconteceu em 2017, é um hacker que mantinha um relacionamento amoroso com o padre Robson, apontam documentos da Justiça.
De acordo com o juiz Ricardo Prata, o hacker que mantinha um romance com o padre Robson seria Welton Ferreira Nunes Júnior. Ele e mais quatro envolvidos na invasão dos celulares e dos e-mails do padre foram condenados.
“Observa-se que os acusados foram responsáveis por transmitir as ameaças à pessoa da vítima [Robson], por meio de mensagens em aplicativos e e-mails. Nessas, disseram os acusados que a vítima possuiria relacionamento amoroso com diversas pessoas, inclusive com o próprio Welton”, revela documento referente à investigação do caso.
Os chantagistas teriam intimidado padre Robson, fazendo com que ele efetuasse pagamentos para que os conteúdos encontrados não fossem divulgados para a imprensa ou para o Vaticano.
Um desses valores levantou suspeitas por parte do Ministério Público e foi a partir desse ponto que começaram as investigações dos gastos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade presidida pelo padre.Ao todo, em troca do arquivamento das mídias, padre Robson pagou R$ 2,9 milhões para os chantagistas com dinheiro da Afipe.
Imóveis
O pároco afirma que ele tinha receio de prejudicar a própria imagem e a Afipe caso os conteúdos encontrados pelo hacker fossem divulgados. Além disso, os promotores apuram se R$ 120 milhões doados por fiéis à Afipe foram utilizados por padre Robson para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens.

Segundo o Ministério Público de Goiás, o padre e outros investigados usaram recursos da associação para, por meio de laranjas, comprarem imóveis de luxo, fazendas e gado.
Segundo o levantamento, a entididade adquiriu 593 imóveis em Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia e Pará.
Com informações do G1


