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Ibama: Amazonas lidera redução de queimadas no país em julho

O Amazonas foi o estado que registrou a maior redução de queimadas no país em julho de 2025, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (8) pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), com base em dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O estado apresentou queda de 93,44% nos focos de calor em relação ao mesmo mês do ano passado — foram 278 registros contra 4.241 em julho de 2024. No acumulado de janeiro a julho deste ano, o Amazonas somou 498 focos. No mesmo período de 2024 foram 25 mil, o pior resultado da série histórica.

“A presença contínua do Ibama em campo, associada a medidas de inteligência ambiental, uso de brigadas, helicópteros e ações punitivas em áreas críticas, fez com que o Amazonas deixasse o topo do ranking das queimadas na Amazônia”, disse Joel Araújo, superintendente do IBAMA no Amazonas.

Conforme o superintendente, de 2022 para 2025 o estado passou de três para oito brigadas e o número de brigadistas aumentou de 60 para 198 agentes no mesmo período. Joel acrescenta que, dos R$ 700 milhões disponibilizados pelo Ministério do Meio Ambiente para ações na Amazônia, R$ 45 milhões foram destinados ao Amazonas.

Segundo Joel Araújo, também houve a incorporação de sete novos helicópteros para transporte e lançamento de água, ampliando a capacidade de resposta em 133%.

Cenário nacional

Em todo o Brasil, julho de 2025 registrou queda de 56,8% no número de focos de calor e de 61% nas áreas queimadas em relação a julho de 2024, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Foram 9.713 focos neste ano contra 22.487 no ano passado, e 726 mil hectares queimados ante 1,8 milhão em 2024.

Na Amazônia, a redução foi de 80,9% nos focos e de 89,9% na área queimada no primeiro semestre. Foram 2.183 focos e 79 mil hectares atingidos em 2025, contra 11.400 focos e 782 mil hectares no mesmo período de 2024.

Entre as ações apontadas como decisivas pelo Ibama e pelo governo federal estão o aumento do contingente de brigadistas para o maior da história, com 4.385 profissionais contratados — 2.600 deles pelo próprio Ibama.

As medidas incluíram ainda a realização de queimas prescritas e preventivas em mais de 237 mil hectares — sendo 83 mil hectares em Terras Indígenas e Unidades de Conservação no estado — e o monitoramento por satélite, drones e reforço na inteligência ambiental.

Risco permanece

Apesar da redução, o Ibama alerta que o verão amazônico — de junho a novembro, com pico entre setembro e outubro — mantém alto o risco de queimadas devido à estiagem, altas temperaturas e baixa umidade.

“Julho foi um respiro, mas sabemos que os meses críticos ainda estão por vir. Seguiremos com operações estratégicas, priorizando os municípios que mais sofreram em anos anteriores, como Apuí, Lábrea, Humaitá e Boca do Acre”, disse Joel Araújo.

Reforço legal e integração

Medidas estruturais também têm ampliado a capacidade de resposta no combate a incêndios. Entre elas estão a Lei nº 14.944/2024, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo; a Lei nº 15.143/2025, que garante mais agilidade para contratação de brigadistas e uso de aeronaves estrangeiras; e o Decreto nº 12.189/2025, que aumenta as punições para crimes ambientais relacionados a incêndios. Também foram elaborados planos de prevenção e combate para todos os biomas, com metas estabelecidas até 2027.

Segundo Joel, o modelo de atuação adotado no Amazonas, que integra tecnologia, presença em campo, articulação entre órgãos e reforço de recursos humanos e financeiros, poderá servir como referência para outros biomas, como Pantanal, Cerrado e Caatinga.

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