
O baixo nível de escolaridade aparece como um dos principais obstáculos para jovens e adultos serem inseridos no mercado formal de trabalho e, em contrapartida, a informalidade passa a ser o espaço de atuação dessa população.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo o segundo trimestre desse ano como referência na comparação com igual período do ano passado.
Os números, no quadro geral, apresentam melhores resultados para o país enquanto nível de empregabilidade, melhoria salarial. Quando vistos por regiões e por estados destacam dificuldades que necessitam ser percebidas e enfrentadas.
Na região Norte, a pesquisa mostra recuo de 6.5% na taxa de desocupação e, no Amazonas, a taxa de desocupação alcançou 40,5% da mão de obra ativa, especialmente na faixa etária de25 a 39 anos, e na de 18 a 24 anos, o índice foi de 31,4%.
Outro aspecto que é apresentado na pesquisa refere-se aos itens mercado de trabalho e questão de gênero. Os homens formam a maioria da força de trabalho no mercado formal – 59,5%. A participação da mulher com idade para trabalhar é bem menor. Onde e qual a forma de trabalho dessas mulheres?
O chamado trabalho por conta própria tem na região Norte a mais alta taxa. Era de 28,6% da população ocupada à época da pesquisa, porcentual acima da média nacional, estimada em 25,2%.
O trabalho por conta própria vem sendo estimulado pelo viés do empreendedorismo e quando passa a ser maior que o trabalho formal, de carteira assinada, implica em uma série de questões que se os governos não as observarem continua e seriamente poderão explodir em situações social e economicamente graves.
Quanto à escolaridade, o estudo mostra fortes traços de desigualdade nas formas de acesso. Na população em idade apta ao trabalho, na região Norte, o porcentual de 30,4% não concluiu o ensino fundamental; 13,4% tinham ensino superior completo.
Os indicadores mostram que é preciso fortalecer e ampliar os meios de oferta de estudos para essa população e monitorar questões como acesso e permanência dessas pessoas nos cursos de formação.
Quais as razões de não terem frequentado a escola ou desistido dela, o que pensam sobre a formação básica e intermediária? O Amazonas pode superar, se houver determinação política, a baixa escolaridade.


