Livoltek apresentou à Sedecti plano para produzir no Amazonas motores hoje importados , com previsão de submissão ao Codam em fevereiro do ano que vem.

Motores de popa elétricos para pequenas embarcações serão fabricados no Polo Industrial de Manaus a partir de 2026. O investimento é da Livoltek Brasil, fabricante de equipamentos elétricos. A empresa aposta na demanda pela nova tecnologia que proporciona redução de gastos com combustível.
Wilton Moura, funcionário do grupo Hexing, dono da Livoltek, explica que os equipamentos foram desenvolvidos pelos chineses, mas passaram por adaptações para funcionar nos rios amazônicos. “Foi desenvolvido na China pensando aqui também na nossa bacia hidrográfica da região amazônica, na densidade da nossa água, que é um pouco mais pesada que, por exemplo, a água do mar”.
Ribeirinhos e pescadores no Amazonas receberam os motores para testá-los durante seis meses. “Eles [chineses] vieram para cá [Manaus]. Nós estamos com engenheiros de produto aqui, fazendo desenvolvimento e melhorando o produto, pensando na nossa realidade”, disse Wilton Moura.
Segundo ele, a principal diferença está no tipo de energia. “Nós estamos falando aí de uma diferença bem substancial que é o motor a combustão e o motor elétrico. Um comparativo bem interessante são os carros – a combustão e elétrico. Aqui, especialmente, nós temos aí um benefício a mais. Por quê? Nós estamos navegando no rio”.
Outro diferencial é o silêncio. “Ruído zero, o que é muito legal também porque incomoda muito o barulho para quem está pilotando o barco.”
A empresa inicia agora a etapa de análise de viabilidade financeira e o alinhamento com os órgãos responsáveis para compor a documentação a ser apresentada ao Codam.
“Projeto revolucionário”

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Serafim Corrêa, avalia a iniciativa como revolucionária. “Esse projeto é revolucionário, pois ele vai libertar o homem do interior do combustível fóssil ao qual nem sempre tem acesso, além do que ele é caro. Só que com um motor elétrico de rabeta, ele vai ter a sua autonomia, vai ter a sua independência, além de ter um ganho melhor”, avalia.
Serafim disse que a empresa terá apoio estatal para a produção em Manaus. “A empresa vai apresentar o projeto tanto na Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) quanto na Sedecti.
Os projetos serão aprovados e, por isso, eles vão ter direito aos incentivos fiscais. O preço vai diminuir cada vez mais, principalmente quando atingir a produção em alta escala. Isso é tudo que nós queremos”, projetou. “Isso é uma mudança de paradigma. Portanto, tudo de bom. Vamos em frente”.


