O Censo Demográfico 2022 revelou que 11.809.398 pessoas vivem em Unidades de Conservação (UCs) no Brasil, o que representa 5,82% da população total do país. A pesquisa também destaca que o Amazonas e a Região Norte têm características particulares .

No Amazonas, 25,71% da população indígena residente em UCs, ou 34.143 pessoas, está distribuída em áreas de preservação, especialmente em unidades de proteção integral, como o Parque Nacional do Pico da Neblina.
A presença indígena nas Unidades de Conservação do estado é expressiva, com 13,04% da população indígena do Brasil vivendo nessas áreas.
Esse dado evidencia a importância das UCs para a preservação de comunidades tradicionais que desempenham um papel essencial na conservação ambiental.
Além disso, o Amazonas concentra uma parte significativa da população quilombola em UCs. Apesar de representar apenas 2,39% da população residente em UCs no Brasil, a maior parte dos quilombolas vive nas regiões Norte e Nordeste.
No Amazonas, a população quilombola tem um impacto direto nas práticas de manejo sustentável, com uma presença notável em áreas de extrativismo e proteção integral.
Região Norte
A população residente nas UCs da Região Norte enfrenta desafios relacionados ao saneamento básico. Quatro em cada dez moradores (40,34%) vivem em domicílios com pelo menos uma precariedade, como a falta de abastecimento de água, esgoto ou destinação de lixo.
Em comparação com a população geral do país, essa proporção é mais alta, indicando um agravamento das condições de vida nessas áreas. O acesso ao saneamento básico, como destaca o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, é crucial para garantir a qualidade de vida e a preservação ambiental.
Além disso, a taxa de analfabetismo nas UCs do Norte é de 8,84%, superior à média nacional de 7%. Isso reflete as condições de educação precárias, especialmente entre as populações indígenas e quilombolas. As taxas de alfabetização dessas comunidades são mais baixas, o que implica a necessidade de políticas públicas direcionadas à educação nessas áreas.
O contexto nacional e a distribuição das UCs
A Região Norte, embora apresente desafios, ainda tem uma estrutura populacional jovem e predominantemente rural nas UCs. As Unidades de Conservação do Norte são caracterizadas por uma maior concentração de pessoas vivendo em áreas de proteção integral, o que implica uma gestão mais rigorosa e a preservação das áreas naturais.
O Amazonas, com suas vastas florestas e biodiversidade, destaca-se nesse cenário, com parques e reservas que abrigam uma população significativa de povos tradicionais, como os indígenas.
No contexto nacional, a maioria da população residente nas UCs vive em áreas de proteção ambiental, com destaque para os estados de São Paulo, Maranhão e Bahia.
A concentração da população nas UCs de gestão estadual é predominante, enquanto as UCs federais, como as localizadas no Distrito Federal e Piauí, também abrigam uma parte considerável dos moradores.