População amazonense começa a receber “visitas” inusitadas como caramujos, sapos, escorpiões e cobras.

Início do ano sempre traz preocupação para os amazonenses, principalmente aqueles que vivem na zona rural. É que o período chuvoso na região amazônica favorece o aparecimento de animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras.
Durante o período chuvoso, os animais peçonhentos procuram locais secos para se abrigarem. Casas próximos a igarapés e áreas de mata com entulho abandonados facilitam o surgimento de aranhas, cobras e escorpiões. O calor de motores de veículos também atraem os animais.
Outros animais que também são atraídos por esse tipo de ambiente são os ratos, o principal cardápio das serpentes.
Esses animais ficam escondidos, principalmente, durante o dia em entulhos e buracos. “Então, ao fazer limpeza em quintal, por exemplo, é recomendável não tocar diretamente esses materiais e preferir usar uma enxada, se possível, e usar sempre luvas e botas”, disse Magela.
De insetos a serpentes, basta cair uma chuva que esses animais aparecerem. Segundo o professor Anderson Gonçalves, entomologista da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), logo após a chuva é comum aparecerem cupins, formigas, alguns besouros, grilos, percevejos (como a barata-d’água), moscas, mosquitos, baratas domésticas, borboletas e mariposas.
Entre os insetos mais comuns estão aquele conhecidos como “bichos de chuva”, que são os cupins, também chamados de siriris ou aleluias.

Eles costumam ser vistos durante uma revoada, especialmente em pontos luminosos. O professor explica que esses cupins são os “reprodutores” do ninho.
E a revoada é nada mais que o acasalamento, um “namoro” entre eles para a formação de novos ninhos.
Na revoada ocorre a cópula e a perda das asas, com morte do macho e a fêmea posteriormente buscando um local para iniciar um novo ninho/colônia”, diz.
Mesmo não causando danos à saúde humana, alguns encontros podem ser desagradáveis, como é o caso da barata d’água, que na verdade é um percevejo, como explica a professora Telma Batista, entomologista da Ufra campus Belém.
Tratamento
Em caso de picada de algum desses animais peçonhentos é preciso buscar ajuda o mais rápido possível. O tratamento mais seguro e eficaz, segundo Magela, é o soro. “O profissional de saúde precisa identificar o tipo de acidente e fazer uma avaliação da gravidade para saber qual a quantidade de soro que ele vai administrar para o paciente”, disse Magela.
Ainda segundo o infectologista, mais importante que saber como agir, quando se é picado, é saber o que não pode ser feito.
Um procedimento errado pode trazer danos irreversíveis para a vítima. “Existem algumas condutas que são de domínio popular e que, às vezes, pode até complicar o acidente. Não se corta o local do acidente para sugar sangue, não se amarra um membro afetado, não se deve colocar nenhuma substância em cima do ferimento”, detalhou o médico.
O ataque mais comum no Brasil é do escorpião que, nos últimos três anos, aumentou de forma alarmante. No Amazonas, as serpentes são as vilãs. Outro animal que também pode ser causador de muito incômodo são as aranhas que, geralmente, têm preferência por pneus velhos, latas vazias e sapatos. Viúva negra, aranha marrom e aranha armadeira são as mais preocupantes por serem venenosas.