Edson Ritta Honorato é investigado por sua conduta médica e por favorecimento à prostituição de menores.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) começou nesta terça-feira (9), o julgamento do médico gastroenterologista Édson Ritta Honorato, acusado de negligência médica pela morte dos pacientes Melina Seixas e Alan Braga, em Manaus. Ele também chegou a ser preso por prostituição de menores, mas foi solto em seguida.
O primeiro julgamento será referente a morte da jornalista Melina Seixas. A família da vítima entrou com uma ação contra o médico no Conselho.
“O que nos revolta é que mesmo com todos esses indícios, o médico continua atuando em seu consultório normalmente. Sei que nada trará a Melina de volta, mas não queremos que outras famílias passem pelo que estamos passando”, declarou o marido da jornalista, Darlan Taveira Peres.
Em 5 de fevereiro do ano passado, Melina procurou a clínica onde o médico atua, no bairro Nossa Senhora das Graças, Vieiralves, para implantar um balão gástrico.
Segundo o depoimento de Darlan, que acompanhou a esposa no procedimento, as informações dadas pelo médico e pela equipe de apoio foram poucas e desencontradas.
Conforme Taveira, ao perceber que o procedimento demorava mais do que o informado perguntou ao médico como estava a esposa, e ele respondeu que a paciente estava bem e dormindo.
Quase uma hora depois, Darlan viu a chegada de socorristas do SAMU, momento em que percebeu que havia algo errado. ” Disseram que o procedimento era algo simples, e que em 30 minutos ela estaria apta para voltar para casa”, disse.
Quando questionado pelo marido, o médico afirmou que Melina não havia acordado e que havia sofrido uma parada cardiorrespiratória.
Ainda segundo o esposo, a vítima foi encontrada dentro da sala de procedimento, no chão, desacordada, com os lábios e rosto roxos. Depois disso, as informações que chegaram à família foram somente através da equipe do SAMU.
Melina foi removida da clínica de cadeira de rodas, pois a maca não entrava no elevador do prédio. Ela foi levada para o Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto onde sofreu outras paradas cardíacas.
A jornalista morreu no mesmo dia, por volta de 16h10. Após o falecimento, o médico não entrou mais em contato com a família.
Segundo caso
No dia 6 abril, Alan Leite Braga, de 65 anos, morreu após passar pelo mesmo procedimento. Segundo a família do idoso, ele teve uma série de complicações após a cirurgia e não recebeu orientações adequadas do médico.
Alan voltou à clínica dias depois e pediu a remoção do balão, mas o médico teria se recusado a tirar. Após uma piora no quadro de saúde, Alan foi levado ao Hospital 28 de agosto onde foram constatadas uma insuficiência renal e um rompimento no estômago.
Ele morreu dias depois. A família também entrou com uma ação contra o médico, mas o julgamento do Alan ainda não foi marcado.