
Os piscicultores do interior do Amazonas ganharam impulso na produtividade e na geração de emprego e renda com investimentos do governo estadual, que incrementou os programas que beneficiam os produtores com a compra do pescado para o programa social “Peixe no Prato Solidário”, executado pala Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS).
O piscicultor Egídio Cassol, de 55 anos, do Careiro Castanho, a 86 km Manaus, tem 46 viveiros de tambaqui em uma propriedade de 10 hectares. Mas poderá ser quatro vezes maior, a partir da aquisição de 20 aeradores trifásicos – equipamento para otimizar a qualidade da oxigenação da água, além de incorporar oxigênio, mistura a água da superfície com a do fundo, eliminando gases nocivos.
Os equipamentos foram adquiridos por meio de edital de Doação Onerosa do governo do Estado – 10 em 2022 e o restante entregue na quinta-feira (2), data em que técnicos da ADS também auxiliaram no processo de despesca de 4 toneladas de tambaqui.
“Vem trazendo mecanismos que nos ajudam a aumentar a produção, produzir mais em um espaço menor. Nós vamos chegar, até o final do ano, produzindo uma quantidade de 15 toneladas por hectare, atingindo no final do ciclo 1,5 milhão de tonelada”, explica Cassol.
No local, o piscicultor gera 25 empregos diretos e indiretos, além de integrar a Cooperativa de Aquicultores e Produtores Rurais do Careiro Castanho, por meio da qual os piscicultores incentivam e se organizam para comercializar o pescado.
O objetivo é ampliar a produção para atender a grande demanda local, seja para o mercado consumidor ou para o Estado, que adquire para, então, distribuir às famílias em situação de vulnerabilidade por meio das edições do Peixe no Prato Solidário, que integra o Programa de Assistência Familiar (PAF).
Maior produtividade
Em virtude dos benefícios dos aeradores, será possível aumentar de 400 para 1,5 mil a quantidade de peixes retirados do mesmo viveiro, sem a necessidade de aumentar o espaço já utilizado. Isso por causa da perspectiva de redução do tempo de engorda dos peixes de 12 para oito meses, algo promissor para um dos estados que mais consome pescado no País.
A maior produtividade a partir da utilização dos aeradores se deve ao aumento da circulação de oxigênio nos tanques de piscicultura. “Pela parte da noite, reduz a quantidade de oxigênio no viveiro, mas os peixes continuam consumindo. Portanto, o equipamento vai gerar fluxo de oxigênio na água e, consequentemente, gera bem estar ao animal”, explicou o diretor técnico da ADS, Leandro Goes.
“Eu sou pescador, pesco não só aqui, mas para fora também. Além de tirar nossa renda, é importante porque não fornece só trabalho pra gente, mas também alimento para outras pessoas”, disse o piscicultor Ítalo Santos, de 23 anos